Adoçantes naturais e sintéticos: qual a diferença entre eles?

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A preferência pelo sabor doce é algo inerente aos seres humanos. Porém, com o aumento da busca por estilos de vida mais suadáveis, a procura por adoçantes também aumentou. Mas será que sabemos escolher o adoçante ideal? Será que todo adoçante é mais saudável que açúcar?

O que sabemos é que o consumo de açúcar em excesso gera efeitos prejudiciais ao nosso organismo, como o aumento do risco de diabetes e das reservas de gordura no fígado, além do ganho de peso. (1,2)

A Organização Mundial da Saúde considera que a ingestão de açúcar deve representar de 5% a 10% das calorias diárias, porém, pesquisas apontam que o consumo diário brasileiro chega a atingir 16% a 18%, muito acima do recomendado pela OMS. (2)

Neste texto, vamos tratar sobre os adoçantes naturais e sintéticos e entender como eles atuam no nosso organismo.

O que são e como atuam?

Os adoçantes, também conhecidos por edulcorantes, são substâncias capazes de conferir sabor doce aos alimentos, normalmente utilizados como substitutos ao açúcar. Além disso, possuem pouco ou nenhum valor calórico e a maioria deles não são absorvidos pelo organismo. (2,3,4,5)

Adoçantes podem ser naturais ou sintéticose a principal diferença entre essas duas classificações está nos ingredientes utilizados na produção e o sabor. (2,3,4,5)

Independentemente do tipo, todos os edulcorantes utilizados em solo brasileiro devem ser aprovados pela ANVISA. Sem contar que ainda passam pela avaliação de órgãos internacionais que orientam quanto à ingestão diária máxima recomendada dos adoçantes. Apesar de ser um bom substituto do açúcar, seu uso realizado de forma irresponsável pode causar danos à saúde. (3,4)

Adoçantes naturais

São os edulcorantes obtidos a partir de vegetais ou animais e que não passam por reações químicas. (6) A seguir, conheça os principais adoçantes naturais (nutritivos):

 Esteviosídeo: extraído da planta stevia rebaudiana, nativa da América do Sul, tem um sabor próximo ao do açúcar e é encontrado em fórmulas de adoçantes, achocolatados e gelatinas. Zero calorias e não altera o nível de açúcar no sangue, sendo liberado para diabéticos. (3)

Sorbitrol: pode ser encontrado em algumas frutas, como a maçã, ameixa e em algas marinhas. Por ter valor calórico, não é recomendado para diabéticos. O sorbitrol é mais utilizado em chicletes, balas e biscoitos e tem ação laxativa, além de conferir melhor textura e maciez aos produtos. (3,6)

 Xilitol: esse adoçante natural pode ser encontrado na madeira e em vegetais, como o milho, além de cogumelos e micro-organismos. Produz uma sensação de frescor na boca. Geralmente utilizado em produtos farmacêuticos e de saúde bucal. (3,7)

 Frutose: presente nas frutas e no mel, possui sabor mais doce que o açúcar. Contém calorias e eleva os níveis de açúcar no sangue, por isso, o consumo com moderação é orientado aos diabéticos. (3)

 Galactose: trata-se de uma substância produzida a partir da lactose através de processos digestivos, não sendo encontrado na natureza. Inclusive, a lactose também é um adoçante natural. (3) 

adoçante

Adoçantes sintéticos

Os adoçantes sintéticos, ou artificiais, são feitos por meio de reações químicas que estimulam os receptores de sabor doce na língua. (2) A seguir, conheça os principais adoçantes sintéticos (não nutritivos): 

Sacarina: essa substância é sintetizada a partir do ácido toluenossulfônico, derivado do petróleo. Está presente em refrigerantes zero e produtos adoçantes. Contém sódio e é contraindicada para hipertensos. Deixa um sabor residual amargo e metálico na boca. (3) 

Aspartame: o poder adoçante chega a ser 200 vezes superior ao açúcar. Não pode ser aquecido, pois perde o dulçor. Com sabor semelhante ao do açúcar, é encontrado em refrigerantes e doces. (3) 

Sucralose: extraído da cana de açúcar e modificado para não ser absorvido pelo nosso organismo. Não contém calorias, não causa cáries e não eleva a glicemia, fazendo com que seu uso seja aceito por diabéticos, gestantes e hipertensos. Pode ser encontrado em alimentos de baixa caloria, como chocolates, adoçantes e refrigerantes. (3) 

Acessulfame de potássio: derivado do sal de potássio, pode ser levado ao fogo e é 200 vezes mais doce que o açúcar. Por ser uma substância que libera o dulçor de maneira muito rápida, é comum que, em diversos produtos, ele seja combinado com outros edulcorantes que adocem do meio para o fim da degustação. (6,7) 

Ciclamato de sódio: assim como a sacarina, é derivado do petróleo e não contém calorias, fazendo com que seu uso seja permitido para diabéticos. Por conter alta concentração de sódio em sua composição, não é recomendado para hipertensos. Pode ser encontrado em refrigerantes zero e adoçantes. (3,6)

Opte sempre pela moderação

É importante destacarmos que o adoçante sintético, apesar de ser muito útil e relativamente seguro, também não é um salva-vidas para quem está retirando o açúcar da dieta. Seu uso sempre deve ser indicado por médicos ou nutricionistas. (5,8)

Como tudo na vida, a ingestão indiscriminada, em excesso ou prolongada, pode acarretar em problemas para a saúde. Ainda não há nada totalmente comprovado, mas estudos indicam que o consumo de adoçantes artificiais pode estar relacionado ao desenvolvimento de desequilíbrios metabólicos que levam à obesidade, diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares. (5,8)

Sendo assim, é importante respeitarmos os limites orientados pela OMS, levando em conta que o ideal é reduzirmos aos poucos a quantidade de açúcar até darmos conta de que os sabores naturais podem ser os mais apetitosos. (5,8)

Apesar de muito populares e usados em diversos tipos de dieta, o consumo de adoçantes, seja eles naturais ou sintétivos, deve ser feito de forma adequada, entendo quais as melhores opções para saúde de cada um. Por isso, lembre-se sempre: sempre busque a orientação de um profissional da saúde antes de incluir qualquer alimento na sua rotina.

Fontes: 
  1. FARIAS, Mirelle Sifroni; MARQUES Natália. Efeitos da adição de edulcorantes naturais e sintéticos em fitoterápicos. Revistra Brasileira de Nutrição Funcional, a. 15, n. 64, p. 22-30, 2015. Disponível em: <https://www.vponline.com.br/portal/noticia/pdf/2ee9d9c86aee281af6afc6246cc2dd3d.pdf>. Acesso em 22 set. 2021.
  2. PASSOS, Letícia. Adoçantes: o que você precisa saber antes de consumir. Veja, 2018. Disponível em: <https://veja.abril.com.br/saude/adocantes-o-que-voce-precisa-saber-antes-de-consumir/>. Acesso em 22 set. 2021.
  3. HOSPITAL ALBERT EINSTEIN. Adoçantes naturais e artificiais. 2016. Disponível em: <https://www.einstein.br/noticias/noticia/adocantes-naturais-artificiais>. Acesso em 22 set. 2021.
  4. LOPES, Natália. O que são edulcorantes. Nutritotal Pro, 2021. Disponível em: <https://nutritotal.com.br/pro/o-que-sao-edulcorantes/>. Acesso em 22 set. 2021.
  5. CONSELHO FEDERAL DE NUTRICIONISTAS – CFN. Adoçante: amigo ou inimigo? 2017. Disponível em: <https://www.cfn.org.br/index.php/nutricao-na-midia/adocante-amigo-ou-inimigo/>. Acesso em 22 set. 2021.
  6. LÔBO, Angélica Sousa. Adoçantes dietéticos – O que é preciso saber? Universidade Federal de Goiás. Disponível em: <https://files.cercomp.ufg.br/weby/up/93/o/Ado%C3%A7antes.pdf?1566299986>. Acesso em 22 set. 2021.
  7. MANARINI, Thaís. Qual adoçante é melhor? Veja Saúde, 2018. Disponível em: <https://saude.abril.com.br/alimentacao/qual-adocante-e-o-melhor/>. Acesso em 22 set. 2021.
  8. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NUTROLOGIA. Efeitos de adoántes na microbiota: uma revisão de estudos experimentais e ensaios clínicos. Disponível em: <https://abran.org.br/2019/04/26/efeitos-de-adocantes-na-microbiota-uma-revisao-de-estudos-experimentais-e-ensaios-clinicos/>. Acesso em 22 set. 2021.

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