Como manter os níveis de açúcar no sangue em equilíbrio?

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Quando criança, você já deve ter ouvido dos seus pais, avós ou tios: “não exagere nos doces!”. Receber esse conselho pode ter soado como uma repreensão e você talvez tenha ficado irritado, afinal de contas, doces são tão deliciosos, sedutores e, à primeira vista, não fazem mal a ninguém. Então, por que a moderação, né?

Um pouco mais tarde é que vem a descoberta: o consumo excessivo de açúcar pode provocar diversos problemas, como a diabetes, uma doença crônica que afeta cerca de 250 milhões de pessoas em todo o mundo. Mas isso não quer dizer que você deve abominar o açúcar da sua vida, pois o que realmente vale é manter o equilíbrio, evitando exageros. Um agrado de vez em quando é bem-vindo, só não pode achar que está na Fantástica Fábrica de Chocolates, hein!? (1)

De todo modo, os altos níveis de açúcar no sangue podem oferecer riscos graves à sua saúde e é por essa razão que você deve saber como prevenir tais consequências indesejáveis, começando por um estilo de vida saudável, pois esse é um dos fatores que mais contribuem para o seu bem-estar. (1)

Neste texto, vamos falar sobre as estratégias que podem nos ajudar a mantermos bons níveis de açúcar no sangue. Continue a leitura!

A glicose e o funcionamento do nosso organismo

Sendo um composto orgânico muito comum na natureza, a glicose é uma forma de açúcar formada por grandes moléculas que se transformam em moléculas menores e mais simples. Esse processo se chama oxidação catabólica e é por meio dele que recebemos a quantidade de energia necessária para colocar em ação o nosso metabolismo. (2)

Um dos órgãos que mais recebem a influência da glicose para o seu bom funcionamento é o cérebro. Entenda: no cérebro de uma pessoa adulta, a maior demanda por energia vem dos neurônios. Afinal, não deve ser fácil receber estímulos a todo momento, né? A glicose é primordial para eles, principalmente porque, diferentemente das células comuns, que podem obter energia de outras fontes, os neurônios dependem quase que exclusivamente da glicose. (2)

Como você pode perceber, a glicose é um componente essencial para a vida, sobretudo quando falamos do correto desenvolvimento das funções cerebrais. E, embora seja um açúcar simples, não é preciso exagerar no consumo de alimentos ricos em açúcar para garantir que o organismo tenha a quantidade necessária. Inclusive, se uma pessoa adotasse uma dieta sem açúcar, não teria problema, até porque existem outros mecanismos para obter a glicose: podemos obtê-la através da alimentação, pela sintetização a partir do glicogênio e até mesmo em ácidos graxos. (2)

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Por que manter os níveis saudáveis de açúcar no sangue?

De fato, nem sempre o organismo realiza as funções da forma como deveria ser e isso também diz respeito à obtenção de glicose. Quando a quantidade de glicose no sangue é excessiva ou insuficiente, ocorrem, respectivamente, a hiperglicemia e hipoglicemia. Então, é a partir daqui que vamos falar sobre um problema muito conhecido no mundo todo e que citamos lá no começo deste texto: a diabetes. Essa doença crônica é justamente uma das causas mais disseminadas da disfunção da glicose e está diretamente relacionada à resistência à insulina. (2)

A concentração de glicose no sangue depende basicamente de dois hormônios, o glucagon e a insulina. O glucagon carrega a função de estimular a produção da glicose pelo fígado, enquanto a insulina bloqueia essa produção. Sendo assim, essa dupla promove o equilíbrio da glicose no organismo. (3)

Em jejum, o nível normal de açúcar no sangue é de 70 a 110 miligramas por decilitro (mg/dl). Após as refeições, esses valores aumentam, mas a insulina faz com que eles voltem ao nível normal rapidamente. Se o valor for superior a 180 mg/dl por mais de duas horas, pode resultar em danos permanentes. (4)

As consequências da hiperglicemia e da hipoglicemia sempre vão para o lado negativo. Níveis elevados de glicose no sangue podem causar danos em vários órgãos do corpo, como o rim, a retina, as artérias e o sistema nervoso. Agora, níveis baixos de glicose podem conduzir a um coma diabético e à morte do paciente. Como já citamos, a glicose é um composto importante para a saúde do cérebro, sendo assim, caso o metabolismo seja alterado, podem ocorrer várias alterações neurológicas, obesidade, diabetes tipo 2, demência e Alzheimer. (2)

Quando os níveis de glicose estão baixos, podem surgir certos sintomas, como: problemas de visão, irritabilidade, ansiedade, suores, enjoo, sonolência, confusão, fraqueza e fome. Este último é o que leva a pessoa a corrigir a falta de glicose ingerindo alimentos, principalmente carboidratos, que contêm açúcares livres. Porém, ao exagerar, os sintomas dos níveis de glicose altos aparecem: sede desmesurada, dor de cabeça, problemas de concentração, visão imprecisa, micção frequente e perda de peso. (2)

Agora você entendeu o porquê devemos manter os níveis saudáveis de açúcar no sangue? A seguir, vamos compartilhar algumas estratégias que podem auxiliar a manter tudo em equilíbrio.

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Como manter uma boa quantidade de glicose no sangue?

1 – Seguir uma dieta saudável

Alimentos e bebidas que são absorvidos mais lentamente pelo corpo são os mais recomendados, pois não causam picos e quedas de açúcar no sangue. Por isso, prefira frutas, pães integrais ou de centeio integral, batata-doce e inhame, aveia em flocos, nozes, leguminosas, alho e iogurte. Também não se esqueça de tomar água! (6)

2 – Ingerir as quantidades adequadas de ômega 3

É claro que ele não poderia ficar de fora. O ômega 3 está relacionado com a diminuição de marcadores inflamatórios, produção de citocinas, coagulação e função endotelial, uma vez que o aumento de ômega 3 nas células dos músculos esqueléticos pode melhorar a sensibilidade à insulina. Além de também estar envolvido com processos benéficos que afetam o metabolismo, como a regulação do açúcar no sangue e processos inflamatórios. Você pode obtê-lo em maior concentração nos peixes de água fria, como o salmão e sardinha e, claro, através da suplementação. (6)

3 – Incluir a macadâmia no menu

Você sabia que a macadâmia pode melhorar a síndrome metabólica e a diabetes? Essa síndrome é caracterizada como um grupo de condições que podem aumentar o risco de diabetes, derrame e doenças cardíacas. Ela inclui sintomas como: pressão alta, açúcar no sangue alto, baixos níveis de colesterol HDL e triglicérides altos. Pesquisadores acreditam que os tipos específicos de ácidos graxos presentes em nozes de macadâmia podem reduzir fatores de risco metabólicos em pessoas com diabetes tipo 2. Estudos também demonstram que a macadâmia pode ajudar a melhorar o controle glicêmico nesse mesmo grupo de pessoas. (7)

4 – Sálvia e manjericão: temperos com sabor de saúde

Existem alguns tipos de plantas que são consideradas hipoglicemiantes, ou seja, são usadas na farmacologia ou experimentalmente com o intuito de baixar a taxa de glicose no sangue. Entre elas, estão a sálvia e o manjericão. (8)

Estudos realizados com ratos mostraram efeito hipoglicemiante da sálvia, demonstrando que o uso do extrato hidroalcoólico da planta diminui significativamente a hiperglicemia. Além disso, o ácido rosmarínico presente na planta seria capaz de diminuir a absorção de glicose no intestino. (9)

Já o manjericão é rico em diversos ácidos graxos, especialmente palmítico, esteárico, oléico, linólico e linoléico. Estudos apontam que o óleo do manjericão é capaz de inibir mediadores envolvidos com a resposta inflamatória, além de promover a diminuição no índice de colesterol total e nos níveis de triglicerídeos, além de aumentarem os níveis de colesterol HDL. (10)

A alimentação é um dos pilares para manter o controle dos níveis de açúcar no sangue. Por isso, cuidar da qualidade do que ingerimos é essencial para manter a saúde em dia. Cuide do seu corpo, ele é seu lar e seu maior bem!

Fontes:
  1. BRASIL. Ministério da Saúde. Dia Mundial do Diabetes: entenda tudo sobre a doença e saiba como se proteger. 2020. Disponível em: <https://saudebrasil.saude.gov.br/ter-peso-saudavel/dia-mundial-do-diabetes-entenda-tudo-sobre-a-doenca-e-saiba-como-se-proteger>. Acesso em 11 abr. 2022.
  2. ASBRAN – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NUTRIÇÃO. A glicose e o funcionamento de nosso organismo, 2018. Disponível em: <https://www.asbran.org.br/noticias/a-glicose-e-o-funcionamento-de-nosso-organismo
  3. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE. Regulação da glicemia. Disponível em: <https://numeb.furg.br/index.php?option=com_content&view=article&id=42&Itemid=40
  4. DIABETES: as respostas para as 5 dúvidas mais frequentes sobre a doença. BBC News Brasil, 2018. Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/geral-46685480
  5. ALIMENTOS que podem ajudar a controlar o açúcar no sangue. Revista Dignus, 2020. Disponível em: <https://www.dignus.pt/2020/07/13/alimentos-que-podem-ajudar-a-controlar-o-acucar-no-sangue/
  6. RIBEIRO, Hellen. ômega 3 e Diabetes Mellitus tipo 2. FSP/USP, 2016. Disponível em: <https://www.fsp.usp.br/crnutri/index.php/2016/01/20/omega-3-e-diabetes-mellitus-tipo-2/
  7. WHAT are macadamia nuts good for? Medical News Today. Disponível em: <https://www.medicalnewstoday.com/articles/324233#metabolic-syndrome-and-diabetes
  8. NEGRI, Giuseppina. Diabetes melito: plantas e princípios ativos naturais hipoglicemiantes. Rev. Bras. Cien. Farm., v. 41, n. 2, 2005. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/rbcf/a/sXDzMbwZYRxCQnZhbzLK4gg/?lang=pt
  9. GONÇALVES, Rodolfo Daniel M. Reis. Avaliação de micronutrientes e sua influência no metabolismo secundário de Bidens pilosa e Salvia officinalis, plantas usadas no tratamento de diabetes. 2015. 145 f. Dissertação (Mestrado em Ciências na Área de Tecnologia Nuclear) – IPEN, São Paulo, 2015. Disponível em: <http://pelicano.ipen.br/PosG30/TextoCompleto/Rodolfo%20Daniel%20Moreno%20Reis%20Goncalves_M.pdf
  10. MACHADO, Flávia Maria V. Farinazzi et. al. Efeitos do uso de manjericão (Ocimum basilicum L.) no perfil bioquímico de ratos Wistar. Health Sci. Inst., v. 29, n. 3, p. 191-194, 2011. Disponível em: < http://repositorio.unip.br/wp-content/uploads/2020/12/V29_n3_2011_p191-194.pdf

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