EPA: um poderoso aliado contra inflamações

Se você acompanha o nosso blog, com certeza já ouviu falar do EPA por aqui. Mas, caso precise resfriar a memória, temos o maior prazer de compartilhar conhecimento com você!

EPA é o ácido eicosapentaenoico, um ácido graxo poli-insaturado pertencente ao grupo ômega 3. Ele pode ser encontrado tanto em animais, quanto em vegetais. Mas, se procurar nos peixes de águas frias e profundas, você vai encontrar em abundância. ⁽¹⁾ Se não quiser ter todo esse trabalho, a suplementação dessa substância é uma excelente alternativa.

Junto com o DHA, formam uma dupla de ácidos graxos muito importantes e imprescindíveis para o bom funcionamento do organismo humano, além de contribuírem no auxílio de tratamento de doenças crônicas e redução de riscos para o desenvolvimento de problemas cardiovasculares. ⁽¹⁾

O EPA tem várias funções e benefícios, como estes que citamos nesta publicação, mas hoje vamos falar sobre uma ação específica: o combate às inflamações.

O que é inflamação e como o EPA age diante disso?

É possível que, em algum momento da vida, você já tenha tido uma inflamação, seja de garganta, ouvido ou em ferimentos. Apesar de ser uma condição bastante incômoda e dolorosa, ela é necessária, pois é a forma como o nosso corpo reage quando ocorre uma violação da integridade física do organismo. Então, a resposta inflamatória entra em ação na tentativa de remover os danos sofridos e recuperar o estado saudável do organismo. ⁽²⁾

Nesse cenário, o papel dos ácidos graxos presentes no ômega 3, sobretudo o EPA, é bem interessante. Assim como o DHA, ele é transportado pela corrente sanguínea dentro de lipoproteínas, que não se misturam facilmente com o plasma sanguíneo. ⁽²⁾

Muitos dos tipos de células que estão envolvidas na resposta inflamatória são receptoras de lipoproteínas e por isso elas são capazes de aceitar essas substâncias, sem corrompê-las. Consequentemente, as propriedades do EPA são aproveitadas e os benefícios começam a surgir. ⁽²⁾

A relação do EPA no combate às inflamações 

O EPA é um ácido graxo ômega 3 e possui atividade anti-inflamatória pois em seu metabolismo temos como subprodutos mediadores chamados eicosaminas e leucotrienos que possuem ação anti-inflamatória no organismo. Além disso, ele utiliza as mesmas enzimas que o ômega 6, diminuindo a relação W3/W6 e diminuindo, assim, a ação inflamatória do ômega 6.

É por isso que esse envolvimento do EPA influencia a função das células envolvidas na inflamação, ao: ⁽²⁾

Com isso, é possível que esse envolvimento do EPA influencie a função das células envolvidas na inflamação, ao: ⁽²⁾

• Produzir mediadores eicosanóides (ou inflamatórios) com baixa ação inflamatória ou até mesmo ação anti-inflamatória;
• Contribuir para a formação de resolvinas e protetina (compostos que atuam como reguladores do sistema imune) com ação anti-inflamatória;
• Diminuir a produção de citocinas e outras proteínas pró-inflamatórias.

Deste modo, destacamos o efeito positivo que o EPA, como um componente ácido graxo ômega 3, tem no controle da inflamação, uma vez que libera mediadores inflamatórios importantes para a recuperação do organismo. ⁽²⁾

É importante ressaltar, também, que o equilíbrio entre o ômega 6 e ômega 3 deve ser priorizado para que o processo flua corretamente. ⁽²⁾

Se exercite com segurança: conte com o EPA!

Sabemos que realizar atividades físicas é muito revigorante e contribui para o nosso bem-estar físico e mental. No entanto, exercícios vigorosos podem levar a lesão muscular induzida por exercício, ou seja, causando inflamações. ⁽³⁾

A partir daqui, você já sabe: surgem as dores, inchaço, perda de força muscular e de potência, redução de amplitude de movimento e recuperação prejudicada, tudo isso leva ao prejuízo na performance física. ⁽³⁾

Um estudo conduzido por Yvoni Kyriakidou e seus colaboradores avaliou os efeitos da suplementação com ômega 3 – que leva o EPA na composição – em lesão muscular induzida por exercício em praticantes de corrida em declive. ⁽³⁾

Depois de vários testes e coletas, os participantes foram separados aleatoriamente em dois grupos: os que seriam suplementados diariamente com cápsulas de ômega 3, com uma boa quantidade de EPA na composição, e o grupo placebo, que recebeu suplementação de colágeno todos os dias. ⁽³⁾

Depois de 4 semanas e análise dos resultados, os autores concluíram que uma suplementação de 3g/dia de ômega 3 pode atenuar aspectos de um treino mais “puxado”, como dor muscular de início retardado e potência de pico. Foi constatado também que houve uma resposta inflamatória mais fraca após a realização dos exercícios, sendo assim, a suplementação de ômega 3 com uma quantidade relevante de EPA teve impacto na função muscular e desempenho subsequente. ⁽³⁾

Agora que você já reconhece as propriedades anti-inflamatórias do EPA, o que acha de começar a incluí-lo na sua dieta para viver uma vida mais saudável? Esperamos que tenha gostado de descobrir um pouquinho mais sobre o universo ômega 3, nosso ácido graxo preferido.

Esse conteúdo é tão importante que mais pessoas deveriam lê-lo. O que você acha de compartilhar com os amigos? Até a próxima!

Fontes: 

1. SILVA, Adriana Ferreira da. Ômega 3: principais benefícios à saúde humana. 2015. 33 f. Monografia (Graduação em Farmácia) – Faculdade de Educação e Meio Ambiente. Ariquemes, 2015. Disponível em: <https://repositorio.faema.edu.br/bitstream/123456789/398/1/SILVA,%20A.%20F.%20-%20%C3%94MEGA%203..%20PRINCIPAIS%20BENEF%C3%8DCIOS%20%C3%80%20SA%C3%9ADE%20HUMANA.pdf>. Acesso em 11 jul. 2022.
2. CERQUEIRA, Sara R. Peixoto. Os ácidos gordos ômega-3 e seus efeitos anti-inflamatórios. 2013. 83 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Farmacêuticas) – Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade Fernando Pessoa, Porto, 2013. Disponível em: <https://bdigital.ufp.pt/bitstream/10284/4162/1/Os%20%C3%A1cidos%20gordos%20%C3%B3mega-3%20e%20os%20seus%20efeitos%20anti-inflamat%C3%B3rios.pdf>. Acesso em 11 jul. 2022.
3. GAVA, Marcella. Suplementação previne inflamação em corredores. Nutritotal Pro, 2021. Disponível em: < https://nutritotal.com.br/pro/suplementacao-previne-inflamacao-em-corredores/>. Acesso em 11 jul. 2022.