Câncer de colo de útero: como se prevenir?

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O câncer de colo de útero é o segundo tipo de câncer que mais acomete mulheres ao redor do mundo. Por volta de 80% dos registros acontecem em países em desenvolvimento.(1)

No Brasil, calcula-se que, em 2014, foram descobertos mais de 15 mil novos casos. Sabe-se também que o HPV é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento da doença. Em 98% dos casos, o vírus do HPV está presente – apesar do vírus não ser a única variável ligada ao aparecimento dessa doença. (1)

Nesse texto, vamos explicar melhor o que é o câncer de colo de útero e como é importante adotar medidas preventivas contra ele.

Quais fatores podem ajudar no surgimento do câncer em geral?

Hoje em dia, acredita-se que, infelizmente, o câncer se tornou uma condição crônica de saúde.  Notou-se que a maior porcentagem dos cânceres é causada por fatores externos, relacionados diretamente com o estilo de vida e com o ambiente. Levando isso em consideração, ficou claro que, atualmente, o câncer não é apenas um fator biológico, mas também social e psicológico. (2)

O aumento da exposição a agentes cancerígenos está relacionado ao padrão de vida atual.A relação com o trabalho, a alimentação e o consumo fazem com que os indivíduos sejam afetados por fatores ambientais tais como agentes físicos, químicos e biológicos decorrentes de alterações no estilo de vida e do intenso processo de industrialização. (2)

Com base no estilo de vida e em fatores relacionados ao nível de desenvolvimento dos aspectos econômico, político e social de uma comunidade, os fatores de risco variam de forma considerável no mundo. E isso inclui como causas também as condições climáticas, além de outras particularidades do ambiente. (2)

Um aspecto importante é que parte desses fatores ambientais dependem exclusivamente do comportamento da pessoa, que pode ser alterado, fazendo com que o risco de desenvolver câncer seja reduzido. Vale lembrar que algumas mudanças dependem apenas do indivíduo, enquanto outras precisam de alterações em nível populacional e comunitário. (2)

Exemplos:(2)

  • Nível individual: redução ou suspensão do uso do cigarro.
  • Nível comunitário: campanha de vacinação para controlar agentes infecciosos associados ao surgimento do câncer – como o vírus da hepatite B.

Um estudo realizado nos Estados Unidos mostrou que um terço das mortes por câncer estão ligadas a quatro fatores: má alimentação, uso de cigarro, sedentarismo e obesidade – e todos eles podem ser mudados. (2)

Como a alimentação entra nessa luta contra o câncer?

Embora nenhum alimento por si só tenha a capacidade de proteger contra o câncer, a combinação correta de alguns deles pode estimular o sistema imunológico contra a doença.Vale lembrar que a alimentação correta, além de agir de forma preventiva, também pode ter um papel muito importante quando a pessoa já tem a doença. (3)

A alimentação saudável pode sim diminuir as chances da doença surgir. Alimentos como farelo de trigo, que possuem a vitamina B6, por exemplo, podem reduzir pela metade os riscos de se ter câncer de pulmão. O azeite de oliva e os suplementos a base de óleo de peixe podem proteger contra o câncer de mama. (3)

Quando se trata do câncer de colo de útero, alimentos como cenoura, folhas verde escuras, vegetais de cor amarela e laranja, tomate, melancia, mamão e goiaba, podem ajudar a prevenir a doença. Já vitaminas como a  C, A e E demonstraram que podem ser grandes aliadas para proteger o organismo contra a doença, especialmente contra a persistência e o avanço de infecções causadas por HPV. (4)

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Exames preventivos podem auxiliar no combate ao câncer do colo de útero

A OMS considera que aproximadamente 40% das mortes causadas pelo câncer poderiam ser evitadas. Isso aconteceria se houvesse também a prevenção. (2)

O câncer de colo de útero, infelizmente, é um tipo de câncer comum, particularmente em mulheres entre 20 a 39 anos. O papanicolau é um dos exames preventivos que consegue identificar alterações celulares que podem levar ao desenvolvimento da doença, por isso ele é tão importante. (1)

Notou-se que, em países desenvolvidos, a taxa de mortalidade e o surgimento da doença diminuíram. Isso se deve ao fato de que o descobrimento da doença tem sido feito de forma precoce. E por que isso acontece? Porque quando a doença é identificada cedo, o avanço das células pré-cancerígenas podem ser completamente evitadas na maior parte dos casos. O câncer de colo de útero, descoberto em seu estado inicial, é uma doença totalmente tratável. (1)

No Brasil, apesar dos esforços para implementar programas que visam a prevenção da doença, as taxas de mortalidade não tiveram mudanças significativas nos últimos vinte anos. Além do problema de escassez de recursos financeiros para a área da saúde, dois fatores que atrapalham a detecção precoce do câncer de colo de útero são as limitações dos serviços de saúde e do sistema de informação. Tudo isso dificulta – e muito – no amplo rastreamento da doença. (1)

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Vacinação contra o HPV na prevenção contra o câncer do colo de útero:

O vírus papiloma humano (HPV) que citamos no início do texto,  está relacionado com o desenvolvimento de quase 98% dos casos de câncer do colo de útero. Esse tipo de câncer tem o seu controle baseado na análise do papanicolau que, como falamos, pode detectar de maneira precoce as lesões precursoras ou o próprio câncer do colo de útero. (5)

A vacina contra o HPV, aprovada em junho de 2006, traz a possibilidade de ações em nível primário de prevenção deste tipo de câncer, já que ela só ocorria em nível secundário.(5)

Como o HPV é uma condição necessária para o desenvolvimento do câncer cervical, a vacina contra o papiloma humano representa enorme potencial para reduzir a carga de lesões precursoras e da doença cervical. Por isso, no Brasil, essa vacina foi incorporada no Calendário Nacional de Vacinação do Adolescente em julho de 2013. (6)

É importante dizer que ela tem maior resultados de proteção e indicação para quem nunca teve contato com o vírus (HPV). (6)

Por ser uma ferramenta de prevenção primária, não tem efeito demonstrado na doença já estabelecida. Além disso, ela não substitui o rastreamento do câncer, pois não protege contra todos os subtipos oncogênicos do HPV. (6)

Analisando todas essas informações, assim como na luta contra o câncer de mama, a prevenção por meio do acompanhamento médico e mudanças de hábitos são as melhores armas para combater essa doença que tira a vida de tantas mulheres. Cuide-se! Faça os exames anualmente.

 

FONTES:
  1. Pesquisa aponta como mulheres percebem o câncer de colo do útero. SciELO em Perspectiva: Humanas, 2015. Adisponível em <https://humanas.blog.scielo.org/blog/2015/08/12/pesquisa-aponta-como-mulheres-percebem-o-cancer-de-colo-do-utero/>. Acesso em 21 out. 2020.
  1. SOUZA, Maria das Graças G. de; SANTOS, Iraci dos; SILVA, Leandro A. da. Educação em saúde e ações de autocuidado como determinantes para prevenção e controle do câncer.Revista de Pesquisa Cuidado é Fundamental Online, Rio de Janeiro, v. 7, n. 4, p. 3274-3291, 2015. Disponível em <https://www.redalyc.org/pdf/5057/505750948034.pdf>. Acesso em 21 out. 2020.
  1. MUNHOZ, Mariane Pravato et al. Efeito do exercício físico e da nutrição na prevenção do câncer. Revista Odontológica de Araçatuba, v. 37, n. 2, p. 09-16, Araçatuba, 2016. Disponível em<https://apcdaracatuba.com.br/revista/2016/08/trabalho5.pdf>. Acesso em 21 out. 2020.
  1. SAMPAIO, Lúcia da Cunha; ALMEIDA, Cristiane Fonseca de. Vitaminas antioxidantes na prevenção do câncer de colo uterino. Revista Brasileira de Cancerologia, v.55, n.3, p. 289-296, 2009. Disponível em <http://www1.inca.gov.br/rbc/n_55/v03/pdf/93_revisao_literatura4.pdf>. Acesso em 21 out. 2020.
  1. BORSATTO, Alessandra Zanei; VIDAL, Maria Luiza Bernardo; ROCHA, Renata C. N. Pereira. Vacina contra o HPV e a prevenção do câncer do colo do útero: subsídios para a prática. Revista Brasileira de Cancerologia, v. 57, n. 1, p. 67-74, 2011. Disponível em <https://rbc.inca.gov.br/revista/index.php/revista/article/view/690/462>. Acesso em 21 out. 2020.
  1. Informe técnico sobre a vacina papilomavírus humano (HPV) na atenção básica. Ministério da Saúde – Secretaria de Vigilância em Saúde – Departamento de Vigilância de Coenças Transmissíveis – Coordenação-Geral do Programo Nacional de Imunizações, Brasília, 2014. Disponível em <https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2015/junho/26/Informe-T–cnico-Introdu—-o-vacina-HPV-18-2-2014.pdf>. Acesso em 21 out. 2020.

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