Minerais Quelatos x Minerais Inorgânicos: entenda a diferença!

Vitaminas, minerais, ácidos graxos… temos certeza que você já ouviu falar muito neles, correto? Afinal, quem deseja levar uma vida de maneira mais saudável sabe que eles são essenciais para o organismo funcionar da melhor maneira possível. Por mais que muita gente já tenha ouvido falar sobre eles, uma das grandes dúvidas está em como escolher produtos que garantam melhor aproveitamento e absorção dos benefícios que estes elementos podem nos oferecer. Hoje vamos abordar este assunto focando nos minerais.

Nossa intenção é que, até o fim deste texto, você compreenda melhor o que é importante analisar na hora de escolher esse tipo de suplemento a fim de potencializar seus resultados. Vamos lá?

Minerais, quem são vocês?!

Eles são nutrientes, elementos inorgânicos,amplamente distribuídos na natureza e encontrados em todo o espectro da nossa alimentação, principalmente, no reino vegetal. Essenciais para o bom funcionamento do organismo, eles desempenham uma variedade expressiva de funções metabólicas, como ativação, regulação, transmissão e controle, contribuindo para o nosso crescimento e saúde. Os minerais são divididos em:

  • Microminerais, que são os que precisamos em menor quantidade, como o ferro, cobre, iodo, manganês, zinco e outros; (1)
  • Macrominerais, que são aqueles que nosso corpo precisa em maior quantidade, como o cálcio, magnésio, sódio, potássio e fósforo. (1)

Mesmo que os minerais estejam presentes em vegetais e carnes, nem sempre a ingestão desses alimentos é suficiente, tanto em quantidade quanto em qualidade,para conseguir atingir as necessidades do nosso organismo e, por isso, suplementar é, muitas vezes, necessário! (1, 2)

Precisamos falar sobre a biodisponibilidade dos minerais

A definição mais utilizada para esse termo é “a quantidade de um nutriente que está disponível para a sua absorção na forma em que ele é fisiologicamente aproveitável”. Ou seja, é o quanto deste nutriente ingerido tem potencial para suprir as demandas fisiológicas. Inúmeros fatores influenciam no aproveitamento dos nutrientes tanto para mais quanto para menos. Nem todo mineral é completamente absorvido pelo organismo, pois as interações que ocorrem entre eles e outros nutrientes, como as vitaminas, interferem na sua biodisponibilidade. Essas interferências podem ocorrer durante a absorção intestinal ou utilização tecidual. Outro fator que pode afetar essa biodisponibilidade é quanto um mineral se envolve no metabolismo de outro, resultando em prejuízos nas funções dos mesmos. (1, 2)

Veja alguns exemplos dessas interferências que falamos, são: (3)

  • O cálcio dificulta a absorção do ferro;
  • O ferro diminui a biodisponibilidade do zinco;
  • O zinco diminui a absorção de cobre.

Então, minerais inorgânicos = menos biodisponibilidade?

Independentes de serem ingeridos naturalmente ou por meio de suplementos, os minerais na forma inorgânica, quando ligados a outros minerais, vitaminas ou compostos químicos, como por exemplo, cloretos, sulfatos, carbonatos e óxidos, possuem uma menor biodisponibilidade, sim. Ou seja, têm sua capacidade de absorção diminuída. (2,3)

Mas então, como melhorar a absorção e utilização dos micronutrientes (ou minerais)?

Minerais quelatos e maior biodisponibilidade:

A palavra “quelato” tem origem grega (quelat) e só vamos falar sobre isso porque o seu significado nos ajuda a assimilar, de fato, o que ele é. Quelat significa garra ou pinça e isso é muito adequado para descrever a forma pela qual os minerais são ligados a compostos orgânicos ou sintéticos, como os aminoácidos ou carboidratos. Essa ligação (mineral + aminoácido) resulta em um aumento na disponibilidade biológica, solubilidade e estabilidade mineral, fazendo com que ele seja mais bem aproveitado pelo nosso organismo.(2,3,4,5,6,7,8,9)

A molécula resultante do mineral quelato apresenta melhor biodisponibilidade quando comparada ao tradicional (inorgânico) na forma de sulfato, carbonato ou óxido. Isso porque proporciona maior estabilidade elétrica no lúmen intestinal que faz com que este mineral quelato seja imediatamente transportado para os tecidos, onde permanece por períodos mais longos que tradicionais. (9)

De acordo com o Ministério da Saúde (2018), apenas um terço da população brasileira consume regularmente frutas e verduras, sendo que somente 23,1% desse um terço na quantidade recomendada pela OMS (Organização Mundial de Saúde). Sendo assim, é possível perceber que o uso da suplementação é essencial para que muitas pessoas consigam atingir a quantidade de nutrientes necessários para o bom funcionamento do corpo. (10,11)

FONTES: 

  1. Os minerais na alimentação. Aditivos e Ingredientes. Disponível em <https://aditivosingredientes.com.br/upload_arquivos/201805/2018050469345001525704512.pdf>. Acesso em 29 jul. 2020.
  2. LOPES, Natália. O que são minerais quelados. Nutritotal Pro, 2019. Disponível em <https://nutritotal.com.br/pro/o-que-sao-minerais-quelados/>. Acesso em 29 jul. 2020.
  3. TORRES, Andreia. Suplementos minerais quelados: o que significa? Andreia Torres, PhD Educação em Saúde, 2017. Disponível em <http://andreiatorres.com/blog/2017/metal-quelado>. Acesso em 29 jul. 2020.
  4. CRUZ, Josilaine B. Fernandes; SOARES, Henrique Freire. Uma revisão sobre o zinco. Ensaios e Ciência: Ciências Biológicas, Agrárias e da Saúde, vol. 15, núm. 1, pp. 207-222. Campo Grande, 2011. Disponivel em <https://www.redalyc.org/pdf/260/26019329014.pdf>. Acesso em 29 jul. 2020.
  5. VASCONCELOS, Yuri. Suplementos para a saúde. Pesquisa FAPESP, 2015. Disponível em <https://revistapesquisa.fapesp.br/suplemento-para-a-saude/>. Acesso em 29 jul. 2020
  6. Nutrição personalizada: os caminhos da ciência nutricional. Food Ingredients Brasil, 2016. Disponível em <https://revista-fi.com.br/upload_arquivos/201610/2016100226770001476384682.pdf>. Acesso em 29 jul. 2020.
  7. Minerais Quelatos: mineral de alta absorção. Pharma Nostra. Disponível em <https://www.dermomanipulacoes.com.br/assets/uploads/Zinco_Quelato.pdf>. Acesso em 29 jul. 2020.
  8. Informe Técnico n.64, de 02 de dezembro de 2014. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Disponível em <http://portal.anvisa.gov.br/documents/33916/388729/Informe+T%C3%A9cnico+n%C2%BA+64%2C+de+02+de+dezembro+de+2014/abc2f745-3c8a-4415-8b58-df512413dbcf>. Acesso em 29 jul. 2020
  9. OLIVEIRA, Rafael de Carvalho. Disponível em <https://teses.usp.br/teses/disponiveis/95/95131/tde-06102009-102826/publico/Capitulos_da_Tese.pdf>. Acesso em 29 jul. 2020.
  10. Tiné, Luíza. Vale a pena mudar hábitos para melhorar a saúde. Blog da Saúde – Ministério da Saúde, 2019. Disponível em <http://www.blog.saude.gov.br/index.php?option=com_content&amp;view=article&amp;id=53928&amp;catid=579&amp;Itemid=50218>. Acesso em 30 jul. 2020.
  11. Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Análise em Saúde e Vigilância de Doenças não Transmissíveis. Vigitel Brasil 2018: vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico : estimativas sobre frequência e distribuição sociodemográfica de fatores de risco e proteção para doenças crônicas nas capitais dos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal em 2018. Brasília, 2019. Disponível em <https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2019/julho/25/vigitel-brasil-2018.pdf>. Acesso em 30 jul. 2020.

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