suplementação infantil

Suplementação infantil: o que é preciso saber?

O bem-estar e o crescimento saudável das crianças são influenciados por uma combinação de fatores, incluindo a alimentação, o ambiente e os cuidados recebidos. Uma alimentação adequada é fundamental para o desenvolvimento físico, cognitivo e social dos pequenos. (1)

No entanto, as crianças são especialmente vulneráveis a deficiências de nutrientes, o que as torna mais propensas a ficarem doentes e aumenta os índices de morbidade e mortalidade na infância. (1, 2)

Nessa circunstância, a suplementação de vitaminas e minerais pode surgir como uma opção favorável para suprir as lacunas nutricionais na dieta complementar. (1) A seguir, vamos ver como isso pode funcionar.

Nos primeiros 2 anos de vida, o cérebro ainda está em construção

Os primeiros mil dias de vida, que incluem o período de gestação até os dois anos de vida, são um período crítico para o desenvolvimento cerebral. (3)

Durante esse período, o cérebro cresce de forma acelerada, atingindo 50 a 68% do peso adulto. (3)

Esse crescimento intenso está ligado à formação de novas células, à mielinização e à sinaptogênese, que são processos fundamentais para o desenvolvimento cognitivo e motor. (3)

A oferta adequada de nutrientes é essencial para o bom andamento do desenvolvimento cerebral. (3)

Deficiências nutricionais durante esse período podem impactar a habilidade cognitiva, aumentar o risco de doenças crônicas e prejudicar o desenvolvimento físico e emocional da criança. (3)

Intervenções que visem assegurar a oferta nutricional ideal durante os primeiros mil dias são fundamentais para promover uma vida saudável e produtiva. (3)

Crescendo com saúde: quando é possível iniciar o uso de suplementos para crianças?

A amamentação exclusiva é recomendada até os seis meses de vida, fornecendo um valor nutricional adequado para o bebê. (1)

No entanto, vários nutrientes presentes no leite materno dependem da dieta da mãe, como as vitaminas A, B1, B2, B6, B12, D e iodo. (1)

Devido a essa dependência, é sugerido o uso de polivitamínicos durante a lactação e a suplementação do bebê, conforme necessário. (1)

A partir dos seis meses, inicia-se a introdução de alimentos complementares para atender ao desenvolvimento neuropsicomotor da criança. Nesse período, já é possível fazer o uso de suplemento alimentar infantil de micronutrientes para corrigir uma eventual carência nutricional na dieta. (1)

suplementação infantil

As vitaminas A e D, os minerais iodo, ferro e zinco, e o ácido graxo DHA estão relacionados a carências infantis mais comuns. (3)

1 – Vitamina A

A vitamina A é crucial para o processo visual, atua na integridade celular, na defesa contra o estresse oxidativo e no fortalecimento do sistema imunológico. A falta desse nutriente pode levar a problemas graves, incluindo cegueira evitável na infância, complicações no crescimento e maior suscetibilidade a infecções. (1)

2 – Vitamina D

No Brasil, mesmo com bastante sol, muitos bebês, crianças e adolescentes têm baixos níveis de vitamina D. A vitamina D é importante na regulação do cálcio, fortalecimento do sistema imunológico e promoção do crescimento celular. (1, 3)

A deficiência de vitamina D pode contribuir para diversos problemas de saúde, incluindo raquitismo, deformidades ósseas, diabetes, asma, alergias, doenças inflamatórias e até mesmo câncer. (1, 3)

3- Ferro

O ferro é um mineral essencial para funções como transporte de oxigênio e síntese de DNA. Sua deficiência, comum na anemia ferropriva, pode causar sintomas como palidez e fraqueza, atraso no desenvolvimento neuropsicomotor e maior suscetibilidade a infecções.(1)

O leite humano contém ferro, mas em quantidades limitadas. Por isso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda a suplementação oral preventiva de ferro para lactentes a partir do sexto mês de vida, especialmente em regiões com alta prevalência de anemia ferropriva. (1)

4 – Zinco

O zinco desempenha um papel importante na recuperação dos ossos, no crescimento do corpo, na maturidade sexual e em funções essenciais do organismo. Além disso, ele influencia o desenvolvimento cognitivo e fortalece o sistema imunológico. (1, 3)

Quando há falta desse mineral, o que ocorre em aproximadamente 30% das crianças no Brasil, podemos enfrentar desafios na proteção do corpo contra doenças, atrasos no crescimento e impactos nos nossos sentidos, como a visão e a audição. (1)

5 – DHA

O DHA, um tipo de ácido graxo do grupo ômega 3, é fundamental para o desenvolvimento do cérebro e da visão, especialmente na área responsável pelo pensamento e emoções. (3)

Embora nosso corpo possa transformar o ácido alfa-linolênico em DHA, as crianças em crescimento não conseguem produzir o suficiente, tornando importante, em muitos casos, fornecer DHA diretamente. (3)

Recomenda-se a suplementação diária de 200mg de DHA para gestantes e lactantes, independente da dieta. Crianças não amamentadas devem receber DHA por meio de alimentos complementares ou suplementos. (3)

suplementação infantil

Crianças saudáveis precisam receber vitaminas extras? 

Não, em geral, crianças saudáveis não precisam receber vitaminas extras, desde que tenham uma alimentação variada que inclua todos os grupos de alimentos. (2)

As vitaminas são nutrientes essenciais obtidos principalmente por meio da dieta e uma alimentação equilibrada geralmente fornece as quantidades necessárias para o crescimento, desenvolvimento e sistema imunológico. (2)

Em situações específicas, como em dietas restritivas, a suplementação pode ser necessária e deve ser feita com cuidado, considerando as recomendações diárias de ingestão para cada faixa etária. (2)

Lembre-se que o uso de polivitamínicos deve ser criterioso

É essencial estar ciente de que a ingestão excessiva de vitaminas, especialmente em doses elevadas, pode resultar em problemas de saúde, em vez de proporcionar benefícios. (2)

Fique atento às doses diárias recomendadas (RDA) e aos limites máximos (UL) estabelecidos para a ingestão de qualquer nutriente. (2)

O equilíbrio é a chave para uma nutrição saudável. Consulte um profissional de saúde para orientações personalizadas sobre a necessidade de suplementos. (2)

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Fontes:
  1. VAZ, Monique Almeida; OLIVEIRA, Granville Garcia de; PINHEIRO, Michele Souza; MEDEIROS, Eloá Fátima Ferreira de. Suplementação na infância e a prevenção da carência de micronutrientes: Artigo de revisão. Revista de Medicina e Saúde de Brasília, , v. 6, n. 1, p. 116-131, 2017.
  2. Nutrologia Pediátrica: Temas da Atualidade em Nutrologia Pediátrica – 2021. Sociedade Brasileira de Pediatria. Departamento Científico de Nutrologia. São Paulo: SBP, 2021. Disponível em: https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/Manual_de_atualidades_em_Nutrologia_2021_-_SBP_SITE.pdf. Acesso em 24 nov. 2023.
  3. SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA. Pediatra Atualize-se, a. 4, n.5. Disponível em: https://www.spsp.org.br/site/asp/boletins/AtualizeA4N5.pdf. Acesso em 24 nov. 2023.

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