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Por que não ter vergonha da candidíase?

Em meio a tantas desinformações, principalmente sobre questões de saúde, que se propagam rapidamente e provocam problemas ainda maiores, fica cada vez mais difícil encontrar esclarecimentos realmente concretos sobre aquilo que gera dúvidas na maioria das pessoas.

Um exemplo disso é o mito que gira em torno da Candidíase, uma das principais queixas que mulheres levam ao consultório do ginecologista. Diferentemente do que muitos imaginam, a candidíase não é considerada uma infecção sexualmente transmissível (IST) e muito menos um motivo para se envergonhar. (1,2)

A seguir, vamos falar mais sobre essa infecção e compreender o que ela realmente é. Continue a leitura!

Saiba o que é candidíase

A candidíase é uma infecção provocada pelo fungo Candida Albicans, que se aloja principalmente no aparelho genital feminino. Ela pode ocorrer em qualquer estação do ano, pois é considerada oportunista e só se manifesta em momentos de maior fragilidade do organismo. (3,4,5)

É importante ressaltar que o fungo Candida é um microrganismo que vive normalmente na flora vaginal, em pequenas quantidades e sem causar danos, no entanto, em situações de desequilíbrio, a população do fungo pode aumentar e passa a ser danoso para o corpo. (6,7)

As estatísticas apontam que entre 75% a 80% das mulheres viverão, pelo menos uma vez na vida, um episódio de candidíase. Em razão do fungo existir naturalmente no corpo humano, a candidíase não é considerada uma IST, porém ela pode ser transmitida de pessoa para pessoa durante a relação sexual. (3,7)

Embora mais associada às mulheres, a candidíase também acomete os homens, gerando muito desconforto, como ardência e vermelhidão no órgão reprodutor, além de incômodo na hora de urinar. (8)

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O que pode causar o desequilíbrio da flora vaginal?

Como dissemos, a candidíase surge quando há um aumento do fungo Candida na flora vaginal, em razão de algum descontrole do organismo. Essa instabilidade pode ser provocada por 3 fatores principais:

1- Sistema imunológico debilitado

Em períodos de baixa imunidade, o ambiente quente e úmido da região genital propicia a proliferação descontrolada do fungo, principalmente quando ocorrem situações que podem mudar o PH ou alterar a flora vaginal. Por exemplo: no verão, o uso contínuo de biquínis molhados e o contato com areia e cloro podem favorecer o problema. No inverno, a situação muda: usar roupas apertadas e abafadas em excesso prejudica a oxigenação vulvovaginal, propiciando as infecções. (5,6) 

2 – Alimentação rica em açúcares

Já que a alimentação influencia todo o funcionamento do nosso organismo, neste caso, não seria diferente. Uma dieta rica em açúcar pode modificar o pH da vagina, fazendo com que ele fique mais ácido, ideal para a proliferação da Candida Albicans. (3)

Carboidratos refinados e simples, como biscoitos, arroz branco e macarrão; e refrigerantes, também podem modificar a microbiota vaginal e intestinal, favorecendo o desequilíbrio e, assim, proliferação exagerada da Cândida. Por essa razão, e muitas outras, opte sempre por uma alimentação equilibrada. (5,7) 

3 – Desafios emocionais 

Tem sido cada vez mais comprovado que as nossas emoções, como o estresse, podem ser fatores de risco para a saúde, contribuindo para o desenvolvimento de várias doenças. É importante compreender que o corpo costuma guardar memórias celulares relacionadas às emoções, de acordo com a sua localização. (9)

Quando trata-se da vagina, as manifestações físicas deste órgão são comumente relacionadas a sentimentos ligados ao amor, à sexualidade e aos relacionamentos. Sendo assim, o que pode influenciar na manifestação da candidíase são: viver em descontamento na relação; lidar com uma sexualidade incompatível com o parceiro; deixar de impor suas opiniões e vontades com medo da reação do outro; não se libertar de situações do passado; entre outras. Todas essas situações podem resultar em infecção vaginal. (9)

Outras possíveis causas

Além dos 3 fatores principais que citamos, a Candidíase também pode ser ativada a partir do uso de medicamentos com hormônio (como anticoncepcionais ou terapia de reposição hormonal); relação sexual sem preservativos; gravidez; obesidade; diabetes; tratamento com antibiótico e período menstrual. (7,4)

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Atenção aos sintomas da candidíase 

Agora que você já sabe o que é – e o que não é – a Candidíase e os seus fatores de causa, vamos apresentar os sintomas para ficar de olho.

Em mulheres, a candidíase desperta coceira na vagina e no canal vaginal, corrimento esbranquiçado, dores para urinar e também nas relações sexuais. Além disso, a mulher pode perceber irritabilidade, edema, inchaço, vermelhidão e escoriações vulvares. Por fim, também podem aparecer fissuras na mucosa genital que lembram assadura. (1,3,6)

No caso dos homens, aparece a vermelhidão e uma espécie de nata na ponta do pênis. Ardência, coceira, “rachaduras” superficiais, lesões ou pequenas feridas também são sintomas mais comuns da candidíase em homens. (6,8)

Como prevenir e tratar a candidíase? 

Felizmente, muitas atitudes podem diminuir a chance de apresentar sintomas, mas o crucial é cuidar da higiene e da imunidade. (2)

  • Manter a região íntima limpa é essencial, mas é preciso ter cuidado com exageros, sem tirar as características próprias da pele do órgão genital; (2)
  • Dar preferência para roupas íntimas de algodão, não usar absorvente íntimo todos os dias e evitar roupas muito justas ou molhadas por tempo prolongados, tudo o que permitir uma boa ventilação dos órgãos genitais é benéfico; (6)
  • Ter uma rotina saudável e sem estresse é fundamental para manter o sistema imunológico fortalecido. (5)

No entanto, caso o diagnóstico da infecção seja confirmado, o tratamento, no geral, envolve medicamentos antifúngicos, administrados como pomadas ou comprimidos. A restrição de doces e carboidratos da dieta no dia a dia também pode atuar diretamente na candidíase, sem contar que a introdução de alimentos com ação antifúngica no cardápio, como o alho, alecrim, a cebola e o orégano (inclusive, já falamos sobre como o óleo de coco e orégano podem ajudar no tratamento), também é bem-vinda. (3,8)

Concluindo, vamos reforçar que a candidíase não se trata de uma infecção sexualmente transmissível, é algo comum que acontece com a maioria das mulheres e, em razão dos diversos fatores envolvidos, não há motivo para sentir vergonha dos desequilíbrios que podem ocorrer no seu corpo. O importante é sempre priorizar uma vida saudável, para viver com mais liberdade e leveza. Isso sim é Vital!

Fontes: 
  1. PODGAEC, Sergio. Candidíase: uma das principais queixas das mulheres. Veja, 2017. Disponível em: <https://veja.abril.com.br/coluna/letra-de-medico/candidiase-uma-das-principais-queixas-das-mulheres/>. Acesso em 12 ago. 2022.
  2. VIGGIANO, Giuliana. Candidíase: saiba tudo sobre a doença que afeta 75% das mulheres. Galileu, 2017. Disponível em: <https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Saude/noticia/2017/07/candidiase-saiba-tudo-sobre-doenca-que-afeta-75-das-mulheres.html>. Acesso em 12 ago. 2022.
  3. CANDIDÍASE: saiba como se prevenir e tratar. Veja Saúde, 2014. Disponível em: <https://saude.abril.com.br/bem-estar/candidiase-saiba-como-se-prevenir-e-tratar/>. Acesso em 12 ago. 2022.
  4. SOGIPA – Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Paraná. O que é Candidíase Vaginal? 2020. Disponível em: <https://www.sogipa.org.br/o-que-e-candidiase-vaginal/>. Acesso em 12 ago. 2022.
  5. BAYER. Candidíase: infecção comum, mas que merece atenção. Disponível em: <https://www.gineco.com.br/saude-feminina/gravidez/candidiase-infeccao-comum-mas-que-merece-atencao>. Acesso em 12 ago. 2022.
  6. TENORIO, Goretti; PINHEIRO, Chloé. Candidíase: tratamento, sintomas e prevenção. Veja Saúde, 2017. Disponível em: <https://saude.abril.com.br/medicina/candidiase-tratamento-sintomas-e-prevencao/>. Acesso em 12 ago. 2022.
  7. UNIMED FORTALEZA. Tudo sobre a candidíase: como eliminar o problema de vez. 2020. Disponível em: <https://www.unimedfortaleza.com.br/blog/cuidar-de-voce/tudo-sobre-candidiase>. Acesso em 12 ago. 2022.
  8. CARVALHO, Priscila. Homem também tem candidíase. Saiba como identificar o problema. Veja Saúde, 2021. Disponível em: <https://saude.abril.com.br/medicina/homem-tambem-tem-candidiase-saiba-como-identificar-o-problema/>. Acesso em 12 ago. 2022.
  9. STRUZANI, Roberta. Como tratar a candidíase: oito problemas emocionais que causam a infecção. Folha de S. Paulo, 2020. Disponível em: <https://f5.folha.uol.com.br/viva-bem/2020/02/como-tratar-a-candidiase-oito-problemas-emocionais-que-causam-a-infeccao.shtml>. Acesso em 12 ago. 2022.

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