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Medicina Integrativa: o paciente participando ativamente da própria saúde

No ano de 1946, a Organização Mundial da Saúde (OMS) determinou que ter saúde não é apenas a ausência de doença ou enfermidade, mas sim um estado de completo bem-estar físico, mental e social. Visto isso, percebeu-se a relevância de analisar o corpo, a mente e até mesmo o contexto social de cada um, focando na pessoa como um todo, com o objetivo de obter o melhor da saúde e cura. (1,2)

Considerando a busca pelo avanço dos recursos para a manutenção da saúde, você já parou para pensar na importância da relação entre o paciente e o profissional nesse meio? Cada vez mais é essencial que haja uma parceria entre o médico e o paciente para que este deixe de receber passivamente o tratamento de alguma enfermidade e passe a participar ativamente da própria saúde. (2)

Essa é a premissa da Medicina Integrativa, assunto principal do nosso texto de hoje.

O que é Medicina Integrativa?

A medicina integrativa é um novo modelo de cuidado desenvolvido pela OMS, que insere práticas alternativas aos procedimentos tradicionais. (3)

A abordagem é centrada no paciente de modo individualizado, que visa tratá-lo de forma holística (corpo, mente e espiritualidade), pois reconhece que cada ser é singular em suas características biológicas, emocionais, sociais e culturais. Afinal, todos esses aspectos humanos são inseparáveis. (4,5)

Também conhecida como saúde integrativa, saúde holística, saúde integral ou medicina holística, a medicina integrativa entende a saúde numa perspectiva em que os seres humanos funcionam como unidades completas e integradas, não em partes separadas. Dessa forma, considera todas as dimensões humanas no processo de cura. (5)

Vale ressaltar, ainda, que a medicina integrativa é sempre baseada em evidências científicas e acredita na interdisciplinaridade, reunindo profissionais de diversas áreas e formações, como melhor forma de assistência ao paciente. (4)

medicina integrativa

A Medicina Integrativa no Brasil

Em nosso país, a implantação das práticas alternativas no Sistema Único de Saúde (SUS) teve início em 2006, com a criação da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC). (4)

Essas práticas, também chamadas de PICS (Práticas Integrativas e Complementares em Saúde) são recursos terapêuticos que buscam a prevenção de doenças e a recuperação da saúde, com destaque na escuta acolhedora, no desenvolvimento do vínculo terapêutico – como a relação do paciente com o profissional – e na integração do ser humano com o meio ambiente e a sociedade. (6)

Atualmente, o Brasil conta com 29 PICS pelo SUS. Saiba quais são algumas delas: aromaterapia, bioenergética, constelação familiar, terapia de florais, hipnoterapia, musicoterapia, quiropraxia, yoga, meditação, arteterapia, biodança, homeopatia, entre outros. (6,7)

Essas práticas são investimentos em prevenção à saúde para evitar que as pessoas fiquem doentes. Felizmente, todas essas atividades tornam o nosso país referência mundial nessa modalidade! (7)

Medicina Integrativa x Medicina Convencional

A Medicina Convencional ou Tradicional é a soma de conhecimentos, capacidades e práticas baseadas em teorias, crenças e experiências de diferentes culturas. O método convencional é utilizado para manter a saúde e prevenir, diagnosticar, melhorar ou tratar doenças físicas e mentais. (8)

No entanto, nas últimas décadas, o movimento de busca pelas práticas alternativas aumentou em razão da insatisfação com o modelo biomédico vigente – tão focado na resolução rápida de doenças já instaladas. Com isso, foi crescente o desejo de formas mais sofisticadas e ampliadas de escuta e cuidado, o que levou à procura de práticas alternativas, de modo que o número de profissionais que praticam outros modelos de cuidado está em expansão. (4,9)

O que diferencia a medicina integrativa e a medicina convencional é o fato de não escolher apenas um recurso terapêutico para complementar os tratamentos convencionais. A medicina convencional tem um caráter mais curativo do que preventivo, além de não tratar o ser humano em toda sua complexidade. Já a medicina integrativa é mais abrangente, adicionando técnicas da medicina alternativa e complementar à medicina convencional. (4,5)

medicina integrativa

Quais os benefícios da Medicina Integrativa?

Esse tipo de abordagem das necessidades de cada indivíduo de forma holística pode trazer diversos benefícios, como: (5)

  • Proporcionar acolhimento e humanização ao atendimento, fazendo com que o paciente se sinta mais participativo, facilitando também sua adesão ao tratamento;
  • Promover o bem-estar, já que a medicina integrativa conta com uma equipe multidisciplinar que atua diretamente nas necessidades do indivíduo;
  • Resultar em um tratamento mais eficiente, pois as práticas atuam nos diversos fatores que contribuem para o desenvolvimento da enfermidade;
  • Realizar um tratamento mais abrangente e completo, pois não se descarta a terapêutica convencional em razão da integral.

Concluindo, a Medicina Integrativa é uma forma de mostrar que a saúde também é uma responsabilidade de cada pessoa. As práticas realizadas buscam a promoção de saúde no contexto individual e coletivo, estendendo o conceito de saúde para além do estado de “ausência de doença”. (2,4)

Felizmente, o Brasil está investindo cada vez mais nesse modelo terapêutico que é promissor, não somente dentro dos cuidados com a saúde em modo geral, mas também para o progresso do cuidado e qualidade de vida de todas as pessoas. (10)

Fontes:
  1. BRASIL. Ministério da Saúde. O que significa ter saúde? 2020. Disponível em: <https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-brasil/eu-quero-me-exercitar/noticias/2021/o-que-significa-ter-saude>. Acesso em 26 set. 2022.
  2. HOSPITAL ALBERT EINSTEIN. Medicina Integrativa. Disponível em: <https://www.einstein.br/especialidades/oncologia/conheca-oncologia-einstein/medicina-integrativa>. Acesso em 26 set. 2022.
  3. MEDICINA integrativa busca novo modelo de cuidado ao paciente. Jornal da USP, 2017. Disponível em: <https://jornal.usp.br/atualidades/medicina-integrativa-busca-novo-modelo-de-cuidado-ao-paciente/>. Acesso em 26 set. 2022.
  4. GOEDERT, Maria Cecília C. Campos et. al. Os benefícios da medicina integrativa e os desafios para a sua implantação no Brasil: revisão de literatura. Revista Eletrônica Acervo Saúde, v. 13, n. 7, 2021.
  5. GIRONDOLI, Yassana Marvila; SOARES, Mirian C. de Rezende. Saúde integrativa – ampliando o cuidar e o autocuidado do ser humano. Coordenadoria de Atenção à Saúde do Servidor, Espírito Santo, 2021. Disponível em: <https://prodi.ifes.edu.br/images/stories/Saúde_Integrativa.pdf>. Acesso em 26 set. 2022.
  6. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS. Disponível em: <https://aps.saude.gov.br/ape/pics>. Acesso em 26 set. 2022.
  7. CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DE SÃO PAULO. Ministério da Saúde inclui 10 novas nas práticas integrativas do SUS. 2018. Disponível em: <http://www.crfsp.org.br/comissoes/487-acupuntura/noticias/10074-amplia%C3%A7%C3%A3o-de-procedimentos.html>. Acesso em 26 set. 2022.
  8. ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DE SAÚDE. Medicinais tradicionais, complementares e integrativas. Disponível em: <https://www.paho.org/pt/topicos/medicinas-tradicionais-complementares-e-integrativas>. Acesso em 26 set. 2022.
  9. OTANI, Márcia Aparecida Padovan; BARROS, Nelson Filice de. A Medicina Integrativa e a construção de um novo modelo na saúde. Ciênc. Saúde Coletiva, v. 16, n. 3, 2011. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/csc/a/9QPwFdccDdPTSb633rbJVBq/>. Acesso em 26 set. 2022.
  10. THIESEN, Ana Beatriz Tavares; THIESEN, Leticia de Cassia Tavares; MAIA, Tatiana Peres de Assis. Revisão sistemática sobre a busca e a efetividade das práticas de medicina integrativa e complementar em diferentes áreas da medicina convencional. In: XIX ENCONTRO CIENTÍFICO CULTURAL INTERINSTITUCIONAL. Anais eletrônicos… 2021. Disponível em: <https://www2.fag.edu.br/coopex/inscricao/arquivos/ecci_2021/08-10-2021–20-02-42.pdf>. Acesso em 26 set. 2022.

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