Pandemia

O que o mundo pode aprender com a pandemia do coronavírus?

O ano era 2020 e estava apenas no começo quando o mundo se deparou com uma notícia alarmante, mas em uma localidade tão distante que era quase impossível imaginar que, em pouco tempo, seria uma realidade para o planeta inteiro lidar simultaneamente: uma pandemia global!

Já se torna um desafio lembrar como era a nossa vida pré-COVID 19, não é mesmo? Pessoas sem máscaras conversando e se abraçando despreocupadas; bares e restaurantes cheios; festas de formatura, aniversário e casamento; viagens a turismo; eventos para plateias lotadas; uma simples ida despretensiosa ao mercado; enfim, a liberdade… Que saudade!

Ainda vivemos esses momentos difíceis e pesados e, infelizmente, não tem data marcada para virarmos essa página. Porém, já é possível visualizar uma saída disso tudo, certo?

Há mais de 11 meses convivendo com um vírus microscópico rondando nossas cabeças, será que já foi possível tirar lições para levarmos para nossas vidas no futuro? Quer ver que sim?!

Vulnerabilidade

Vidas planejadas, agendas lotadas, metas para bater, sonhos para concretizar e planos, muitos planos! Aquela sensação de estar no controle da situação foi invadida pela incerteza do amanhã e a vida foi pausada “sem mais nem menos”. Perceber que podemos ser pegos de surpresa deixa claro que o controle é uma ilusão e que a vulnerabilidade é uma realidade. O coronavírus arrebatou nossas certezas e a ideia de estabilidade, colocando nossos nervos à flor da pele. Mas não tínhamos escolha: não aceitar o que está acontecendo é quase que viver em uma realidade paralela.

Abraçar e acolher a nossa vulnerabilidade pode tirar das nossas costas o peso de querer ser perfeito e ter tudo sob controle.

Impermanência 

A vida não acontece em linha reta. Não existe roteiro.

Causas e condições impactam todos os resultados. O conceito da impermanência, segundo o budismo, está ligado à variância do mundo e à correta percepção da realidade. (1) Uma fase ruim não dura para sempre, assim como uma fase boa também pode não durar.

Devemos reconhecer que a natureza das coisas é que elas não duram, se transformam e podem não ter continuidade. Expectativas podem levar ao sofrimento e reconhecer as coisas como elas são pode proporcionar liberdade!

A vida é uma passagem, um momento e ela acaba. Aceitar isso nos dá condições de vivê-la de uma maneira mais leve e plena, deixando de lado o desgaste causado por aquilo que não podemos controlar.

Imagem Ilustrativa

Coletividade 

O coronavírus nos escancarou uma verdade dura: o comportamento do outro pode afetar a minha vida mesmo que eu esteja fazendo tudo certo e vice-versa. Esse vírus deixou claro que agir na individualidade é ir contra a batalha que o mundo está travando. Quando cuido de mim, cuido do outro. Praticar a empatia é a grande chave para compreendermos o quanto todos os seres da Terra estão conectados entre si e que, somente agindo conscientemente, poderemos atingir objetivos em comum e em prol do planeta. Já olhou para o próximo hoje?!

Tecnologia: vilã ou mocinha?

Os dois! Depende de como a usamos.

Muitos de nós tivemos que nos separar daqueles que amamos e que são essenciais na nossa vida. Por amor e segurança, foi preciso manter distância, e a tecnologia teve papel importante por permitir nos fazermos presentes na vida dessas pessoas. Dia das Mães, Dia dos Pais, Natal, Ano Novo… muitas pessoas, nas datas que culturalmente significam tanto para nós, se viram tendo que reinventar a maneira de confraternizar e homenagear aqueles que mais importam. Infelizmente, muitos abraços tiveram que ficar para depois. Mesmo exercendo uma função tão linda, a tecnologia também possibilita a distribuição de notícias falsas, aumentando a desinformação e inflamando conflitos, principalmente os políticos, entre as pessoas. Fica claro o quanto que o que sai de nós pode impactar negativamente (ou positivamente) a realidade das outras pessoas.

Higiene pessoal, prevenção e imunidade

Nunca se falou tanto sobre higiene pessoal e não é por menos. O coronavírus tem como seu maior facilitador a falta dela. Por isso, a duras penas, fomos obrigados a adotar novos hábitos, como lavar as mãos com uma frequência nunca imaginada e transformar o álcool em gel em produto essencial para o dia a dia. Além desses cuidados, a imunidade se tornou protagonista nessa luta, pois, mesmo não tendo tantas certezas sobre essa doença por ela ser nova, é possível acreditar que quanto mais saudáveis estivermos mais o nosso corpo pode reagir para lutar contra esse vírus tão traiçoeiro. Pontos positivos, concorda? Cuidar da saúde e da higiene será sempre bem-vindo para o nosso organismo. Torcemos para que esses hábitos não sejam abandonados após o fim desse momento tão difícil que vivemos hoje.

Imagem Ilustrativa

“O essencial é invisível aos olhos”. – Antoine de Saint-Exupéry

Com a pandemia, aprendemos que as coisas que importam na vida não são coisas.

Pode parecer clichê (e é mesmo!), mas só aprendemos sentindo na pele. A vontade que fica são dos momentos que não vivemos juntos àqueles que amamos; fica a saudade do que não aconteceu; fica o luto e a dor daqueles que perdemos para a doença; fica a gratidão por continuarmos aqui escrevendo nossas histórias.

A ciência salva!

Vemos, hoje, quase um milagre acontecendo: vacinas já sendo aplicadas em tempo recorde e inimaginável. Milhares de cientistas do mundo todo se uniram em prol de um único objetivo: salvar as vidas humanas deste planeta contra o coronavírus. E vai dar certo! Apoie a ciência, ela é essencial para manter a esperança de dias melhores e as possibilidades de cura sempre vivas e alcançáveis!

Com a pandemia foi preciso reinventar imediatamente a maneira como nos relacionamos com as pessoas e com o trabalho. Com o coronavírus, foi necessário enxergar o quanto negligenciamos a nossa saúde física e mental e o quanto ela é indispensável para lidar com situações tão desafiadoras e pesadas. Ficou claro que o planeta grita por ajuda, que ele implora para que olhemos mais para as coisas importantes e deixemos de supervalorizar o que é dispensável.

Aprendemos que somos humanos e que sempre é tempo para evoluir e ser melhor. Melhores para nós mesmos, para os outros e para todos os seres que habitam este mundo. Continue sempre se cuidando. Em breve, esse momento será uma página virada na nossa história. Esperamos que os próximos capítulos sejam mais leves e mais felizes daqui em diante!

FONTES:
  1. ESCLAPES, Alexandre. O conceito de impermanência no Budismo e na psicanálise. Monja Cohen Roshi. Disponível em: < https://www.monjacoen.com.br/textos/textos-diversos/309-o-conceito-de-impermanencia-no-budismo-e-na-psicanalise>. Acesso em 26 jan. 2021.

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