Em decorrência das mudanças no estilo de vida e, consequentemente, no padrão alimentar da população, suplementos vitamínicos e alimentos enriquecidos tornam-se veículos práticos de vitaminas para a sociedade. (1)
O aumento da expectativa de vida e a preocupação com uma vida saudável passaram a ser prioridades para alguns indivíduos, que estão dispostos a investir tempo e recursos a fim de viver mais e melhor. (1)
Neste texto, vamos apresentar os suplementos mais populares e alertar sobre a necessidade de usar esses recursos com moderação na busca por uma vida mais saudável. Para tudo na vida precisamos de responsabilidade e bom senso, e com esses suplementos não é diferente.
Suplemento ou medicamento?
No Brasil, os produtos à base de vitaminas e minerais se dividem em duas categorias: suplementos vitamínicos e medicamentos à base de vitaminas e minerais. A diferença entre eles está nos níveis de micronutrientes fornecidos na dosagem diária recomendada. (1)
Segundo a Portaria nº 32/1998 da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde (SVS/MS), “suplementos vitamínicos são alimentos que servem para complementar com estes nutrientes a dieta diária de uma pessoa saudável, em casos onde sua ingestão, a partir da alimentação, seja insuficiente ou quando a dieta requerer. Devem conter um mínimo de 25% e no máximo até 100% da Ingestão Diária Recomendada (IDR) de vitaminas e/ou minerais, na porção diária indicada pelo fabricante, não podendo substituir os alimentos, nem serem considerados como dieta exclusiva”. (1)
Por outro lado, os medicamentos à base de vitaminas e minerais são caracterizados por terem esquemas posológicos diários que excedem 100% da Ingestão Diária Recomendada (IDR). (1)
O consumo de produtos à base de vitaminas e minerais é bastante difundido em nações como os Estados Unidos e Alemanha. No entanto, no Brasil, as informações referentes à extensão e à frequência desse consumo são limitadas. (1)
Ainda assim, alguns estudos, embora focalizados em grupos específicos da população, indicam que a ingestão de suplementos vitamínicos e minerais pode chegar a níveis comparáveis aos encontrados nos Estados Unidos. (1)
Quando é preciso suplementar?
De maneira geral, a suplementação de nutrientes não é necessária quando se mantém uma alimentação equilibrada e se adotam hábitos de vida saudáveis. (1)
Conforme sua própria definição, os suplementos vitamínicos e minerais são recomendados exclusivamente para pessoas que precisam complementar a dieta quando a ingestão alimentar não atende às necessidades, uma vez que a carência de nutrientes pode resultar no surgimento de condições de saúde adversas. (1)
A quantidade de micronutrientes que um indivíduo precisa varia consideravelmente e é influenciada por diversos fatores, como gênero, idade, nível de atividade física, presença de condições de saúde e outros aspectos. (1)
Portanto, a orientação sobre quando e quanta suplementação é necessária deve ser obtida através de consulta a um profissional de saúde, que pode avaliar as necessidades individuais e fornecer orientações específicas para cada caso.
Confira os suplementos mais utilizados pelas pessoas
1 – Suplementos “de academia”
Cada vez mais pessoas estão indo para academias com o desejo de perder peso, ganhar músculos, melhorar seu desempenho e qualidade de vida. Com esse aumento na procura por exercícios, também surge a importância de comer bem, incluindo todos os tipos de alimentos saudáveis. (2)
E é aí que entram os suplementos alimentares, que podem ajudar na recuperação muscular, perda de peso, ganho de massa, evitar doenças, aumentar a resistência e se dar bem nos esportes. (2)
Dentre os suplementos mais consumidos por frequentadores de academia, podemos citar:
- Whey Protein: é um tipo de proteína conhecida por sua capacidade de promover o crescimento da massa muscular. Estudos sugerem que a proteína do soro de leite pode ser eficaz para otimizar o desenvolvimento muscular e aprimorar a composição corporal, aumentando a quantidade de massa muscular magra. (2, 3)
- Aminoácidos BCAA: os aminoácidos de cadeia ramificada (BCAA) são suplementos que se enquadram na categoria de auxiliares no desempenho, e há evidências que sugerem que eles têm o potencial de estimular a síntese de proteínas musculares após o exercício físico. (4)
- Creatina: vem sendo utilizada por pessoas que desejam maior intensidade e força em seus treinos, juntamente com um aumento na massa muscular. (2)
2 – Vitaminas antioxidantes
Por muito tempo, as vitaminas foram principalmente vistas como nutrientes essenciais e na prevenção de doenças resultantes de sua carência. (2)
No entanto, pesquisas recentes têm evidenciado o papel crucial desses micronutrientes na manutenção da saúde, especialmente na redução do risco de doenças crônicas, como doenças cardíacas, câncer e diabetes. (2)
Muitos desses estudos se concentram em alimentos ricos em vitaminas C e E, bem como em betacaroteno, um precursor da vitamina A, devido às suas propriedades antioxidantes notórias e à sua capacidade de proteger o organismo contra os danos causados pelos radicais livres. (2)
3 – Vitamina D e cálcio
Nos últimos anos, a vitamina D tem sido alvo de intensas pesquisas. Essa vitamina desempenha um papel fundamental na manutenção da saúde, especialmente na fortificação dos ossos e na prevenção de doenças como o raquitismo. (2)
No entanto, estudos recentes indicam que a carência de vitamina D pode estar relacionada a outras condições de saúde, incluindo diabetes tipo II, esclerose múltipla e artrite reumatoide. (2)
Essa carência tem se acentuado, pois as pessoas tendem a limitar a exposição ao sol devido a preocupações com o câncer de pele. Como resultado, têm surgido diversos suplementos de vitamina D no mercado, direcionados tanto para crianças quanto para adultos. (2)
É importante notar que, com frequência, a alimentação no Brasil não fornece quantidades adequadas de cálcio e vitamina D, tornando a suplementação uma necessidade para algumas pessoas. (2)
A vitamina D desempenha um papel vital na saúde dos ossos, e é comum encontrar suplementos que combinam cálcio e vitamina D, já que essa vitamina auxilia o organismo a utilizar o cálcio de forma eficaz, contribuindo para a manutenção da saúde óssea. (2)
Antes de suplementar, busque orientação profissional
A venda de suplementos alimentares está em constante crescimento, não apenas no Brasil, mas em todo o mundo. (5)
Muitas pessoas gastam grandes quantias em produtos que são lançados no mercado antes que a pesquisa científica comprove completamente seus efeitos e eficácia, embora essas pesquisas sejam fundamentais. (5)
No entanto, é importante ressaltar que o uso indiscriminado desses suplementos, sem a orientação de um profissional de saúde qualificado, pode acarretar problemas de saúde, como danos ao fígado, sobrecarga nos rins, aumento de gordura corporal e desidratação. (5)
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Fontes:
- ABE-MATSUMOTO, Lucile Tiemi; SAMPAIO, Geni Rodrigues; BASTOS, Deborah H. M. Suplementos vitamínicos e/ou minerais: regulamentação, consumo e implicações à saúde. Cad. Saúde Pública, v. 31, n. 7, 2015. Disponível em: https://www.scielosp.org/article/csp/2015.v31n7/1371-1380/. Acesso em 26 out. 2023.
- FERREIRA, Alex Bisotto et. al. Quais os suplementos alimentares mais utilizados? Revista do Departamento de Educação Física e Saúde e do Mestrado em Promoção da Saúde da Universidade de Santa Cruz do Sul, a. 17, v. 17, n.1, 2016.
- BERGIA 3RD, Robert E.; HUDSON, Joshua L.; CAMPBELL, Wayne W. Nutr. Rev., v. 76, n. 7, p. 539-551, 2018. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/29688559/. Acesso em 26 out. 2023.
- SANTOS, Carina de Sousa; NASCIMENTO, Fabrício E. Lopes. Consumo isolado de aminoácidos de cadeia ramificada e síntese de proteína muscular em humanos: uma revisão bioquímica. Einstein, v. 17, n. 3, p. 1-5, São Paulo, 2019. Disponível em: https://www.scielo.br/j/eins/a/cVqNfhpkCmzTcrLWRVrVtVv/?format=pdf&lang=pt. Acesso em 26 out. 2023.
- NEVES, Daniele C. Gonçalves da et. al. Consumo de suplementos alimentares: alerta à saúde pública. Oikos: Revista Brasileira de Economia Doméstica, v. 28, n. 1, p. 224-238, 2017. Disponível em: https://periodicos.ufv.br/oikos/article/view/3724/1985. Acesso em 26 out. 2023.