De geração em geração, temos ouvido dos nossos pais e avós que a ausência de vitaminas em nossa alimentação pode desencadear problemas de saúde, enquanto o consumo adequado delas contribui para o nosso bem-estar. Adivinhe só: eles estão certos!
As vitaminas são substâncias muito importantes para o desempenho das funções corporais. Elas atuam na transformação de energia, agem em diferentes sistemas e protegem o organismo ao dar uma forcinha nas respostas imunológicas. (1)
No entanto, neste texto, vamos falar sobre uma das vitaminas do complexo B, que está envolvida em uma série de reações químicas primordiais para o bom funcionamento do nosso corpo: a vitamina B6! (2)
O que é a vitamina B6?
A história começou em 1938, quando pesquisadores descobriram que existia uma substância diferente da riboflavina (vitamina B2) que causava doença na pele dos ratos e a chamaram de vitamina B6. Na época, eles estudaram como essa vitamina era formada e a chamaram de piridoxina. (1)
Hoje, já sabemos que a vitamina B6 é encontrada em três formas biológicas: piridoxina, piridoxal e piridoxamina. Desses compostos, a piridoxina é a mais estável. Sabemos também que ela é um nutriente essencial para os seres humanos, atuando na corrente sanguínea. (1,2,3)
No organismo, a piridoxina é transformada em uma substância chamada fosfato de piridoxal. Essa substância ajuda cerca de 60 enzimas a funcionarem corretamente, muitas das quais estão envolvidas no processo de transformação de aminoácidos e proteínas em nutrientes que o corpo pode usar. (3)
Quais são os benefícios da vitamina B6 para o organismo?
A vitamina B6 é muito importante porque traz muitos benefícios para a nossa saúde, tais como: reduzir o risco de doenças do coração, ajudar o sistema nervoso e o sistema imunológico a funcionarem bem. Além disso, ela pode ajudar a aliviar dores de cabeça e náuseas. (1) A seguir, confira uma lista de virtudes que a vitamina B6 oferece ao organismo:
- Participa ativamente da parte cerebral e tem relevância no metabolismo e função hormonal. (2)
- Auxilia na produção de neurotransmissores, como a histamina, serotonina, dopamina e noradrenalina, que ajudam o cérebro a funcionar bem. (3)
- Contribui para a quebra de aminoácidos e, como resultado, produz substâncias que são importantes para a criação de energia e a formação de proteínas, gorduras e outros componentes no nosso corpo. (3)
- Por estar intimamente ligada à síntese de ácidos orgânicos, a vitamina B6 é uma peça-chave para facilitar a absorção de minerais. (3)
- Ajuda a controlar as reações químicas do triptofano, um tipo de proteína, evitando a formação de substâncias perigosas para o corpo e, assim, protegendo-o de possíveis danos. (4)
- Previne a inflamação, pois quando os níveis de vitamina B6 estão baixos no sangue, isso pode causar o aumento de substâncias inflamatórias chamadas citocinas. (4)
- Promove ação antioxidante ao agir no combate aos radicais livres que causam a fadiga muscular, por exemplo. (3)
Além do que já foi mencionado, pesquisas mostram que uma quantidade suficiente de vitamina B6, em conjunto com vitamina B12, pode ajudar a prevenir a osteoporose em idosos. Isso ocorre porque a falta dessas vitaminas pode aumentar a quantidade de homocisteína no sangue (um aminoácido associado a doenças do coração), levando à redução da força óssea tanto em homens quanto em mulheres. (5)
Quais são os riscos de deficiência de vitamina B6?
Quando nosso corpo não recebe a quantidade suficiente de vitamina B6, pode causar muitos problemas, como alterações na pele e nas mucosas, assim como distúrbios no sistema nervoso que nos fazem sentir tristes ou ansiosos, ter convulsões e anemia. Além disso, pode prejudicar o crescimento. (3)
Na gravidez, a deficiência grave de vitamina B6 pode ocasionar deterioração da capacidade mental do recém-nascido. Todas as formas de piridoxina apresentam baixa toxicidade, mas em altas doses podem causar danos neurais graves e sérios efeitos colaterais. (6)
Sem a presença da vitamina B6, o corpo não consegue produzir aminoácidos em quantidade suficiente, o que prejudica a formação adequada de proteínas. (3)
Quais são as fontes de vitamina B6?
Como você já sabe, existem três formas diferentes da vitamina B6, que são a piridoxina, o piridoxal e a piridoxamina. Essas formas estão presentes em alimentos de origem animal e vegetal, geralmente ligadas às proteínas. (1)
A forma de piridoxina é mais comum em plantas, enquanto as outras duas formas são mais encontradas em produtos de origem animal. Quando se adiciona a vitamina B6 aos alimentos, suplementos e remédios, geralmente usa-se o cloridrato de piridoxina. (1)
Os principais alimentos ricos em vitamina B6 são a levedura da cerveja, o fígado e outras vísceras, carne de galinha, cereais integrais, semente de girassol, leguminosas (soja, amendoim, feijão), aves, peixes, frutas (banana, tomate, abacate) e vegetais (espinafre). (1)
Concluindo, assim como outras vitaminas, a vitamina B6 é essencial para nosso corpo. Ela desempenha um papel fundamental em diversas funções metabólicas do nosso organismo, como a formação de neurotransmissores e proteínas. Seu consumo adequado está associado a uma série de benefícios para a saúde, como a prevenção de doenças cardiovasculares e a redução do risco de osteoporose em idosos.
Além disso, a deficiência de vitamina B6 pode levar a uma série de problemas de saúde, como anemia, distúrbios do sono e alterações na pele e mucosas. Portanto, é importante incluir alimentos ricos nessa vitamina na dieta ou considerar a suplementação de vitamina B6, sempre sob orientação de um profissional de saúde. Quem ama se cuida!
Fontes:
- As vitaminas do complexo B. Aditivos & Ingredientes, p. 26-37. Disponível em: <https://funcionaisnutraceuticos.com/upload_arquivos/201612/2016120367203001481552689.pdf>. Acesso em 26 mar. 2023.
- CAPOMACCIO, Sandra. A importância da vitamina B6 para a saúde mental. Jornal da USP, 2022. Disponível em: <https://jornal.usp.br/radio-usp/a-importancia-da-vitamina-b6-para-a-saude-mental/>. Acesso em 26 mar. 2023.
- CERQUEIRA, Henrique S. Capita. Efeitos da suplementação de zinco, magnésio e vitamina B6 sobre o sistema IGF de atletas jovens. 2017. 83 f. Dissertação (Mestrado em Ciências) – Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2017. Disponível em: <https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17144/tde-17042018-153016/publico/HENRIQUESANTACAPITACERQUEIRA.pdf>. Acesso em 26 mar. 2023.
- GENEROSO, Jaqueline da Silva. Tratamento com vitamina B6 e B9 na prevenção de dano oxidativo e cognitivo em meningite pneumocócica experimental. 2017. 122 f. Tese (Doutorado em Ciências da Saúde) – Universidade do Extremo Sul Catarinense, Criciúma, 2017. Disponível em: <https://core.ac.uk/download/pdf/297690976.pdf>. Acesso em 26 mar. 2023.
- COUSSIRAT, Caroline et. al. Vitaminas B12, B6, B9 e homocisteína e sua relação com a massa óssea em idosos. Rev. Bras. Geriatr. Gerontol., v. 15, n. 3, 2012. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/rbgg/a/Hrx37W3zJDwMCKV4rgYCtgk/?lang=pt>. Acesso em 26 mar. 2023.
- FILHO, Otávio Cardoso et. al. Vitaminas hidrossolúveis (B6, B12 e C): uma revisão bibliográfica. Revista Eletrônica Acervo Saúde, v. 11, n. 9. Disponível em: <https://acervomais.com.br/index.php/saude/article/view/285/360>. Acesso em 26 mar. 2023.