Luteína e Zeaxantina: antioxidantes poderosos para seus olhos!

A alimentação, sem dúvidas, está diretamente ligada à nossa saúde. O que nos alimenta pode tanto trazer benefícios quanto malefícios em diversos aspectos da vida. Provavelmente, você já ouviu (muitas vezes) durante a sua vida que algum tipo de alimento faz bem “pras vistas”. Consegue lembrar de algum?

Será que os olhos podem se beneficiar daquilo que comemos? Podem sim! E iremos abordar quais são os alimentos que contribuem para a nossa saúde ocular ao longo desse texto. Mas, antes disso, é importante destacarmos quais são os principais fatores que podem afetar a nossa visão e onde a alimentação entra nessa relação. Vamos lá?!

Degeneração Macular: a principal causa de cegueira na terceira idade!

Abreviada em DMRI, é uma doença degenerativa e progressiva que atinge, principalmente, a área central da retina, a mácula, que desempenha função essencial na nossa visão: a de possibilitar foco e nitidez das imagens.

A degeneração macular relacionada à idade é a principal causa de cegueira no mundo em pessoas acima de 55 anos, em maior parte dos casos. (1,2)

Fatores de risco dessa patologia: (1,2)

– idade (após 55 anos);

– estresse oxidativo;

– alterações cardiovasculares;

– condições ambientais, genéticas, étnicas e raciais;

– tabagismo;

– exposição aos raios solares;

– alimentação;

– obesidade visceral;

– portadores de catarata.

O que é estresse oxidativo?

A produção de radicais livres representa um processo fisiológico que produz energia e sua função principal é eliminar invasores bacterianos e células malformadas. Algumas condições ambientais ou patológicas, como exposição à irradiação, idade, fumaça de cigarro, poluição e outras, podem resultar na elevação da produção de espécies reativas de radicais livres, levando ao estresse oxidativo que estimula a produção de substâncias pró-inflamatórias. O aumento da inflamação e o estresse oxidativo se associam à progressão de doenças relacionadas à idade pois há um comprometimento da proliferação celular em resposta aos danos que ocorrem durante a replicação celular. (2,3)

Os compostos bioativos dos alimentos (CBA), que são compostos extra nutricionais que, quando ingeridos em quantidades significativas, exercem efeitos muito benéficos para a nossa saúde, podem atenuar os efeitos cumulativos do estresse oxidativo e da inflamação. Além disso, substâncias antioxidantes são capazes de prevenir os efeitos deletérios da oxidação, protegendo organismos aeróbicos do estresse oxidativo, ou seja, o consumo inadequado de antioxidantes também está relacionado a este assunto e é, a partir de agora, que falaremos da relação dos alimentos com a saúde dos nossos olhos.(2,3)

Luteína, zeaxantina e saúde ocular:

A luteína e a zeaxantina são pigmentos amarelos que se localizam na mácula, região central da retina, e que, por isso, também podem ser chamados de pigmentos maculares.(3,4)

Os pigmentos maculares atuam como um filtro que protege a mácula por reduzir a quantidade de luz de comprimento de onda curto e neutralizam espécies reativas de oxigênio liberadas tanto por dano luminoso como pelo metabolismo retiniano interno.

Nosso organismo não sintetiza estes pigmentos e, por isso, precisamos obtê-los através da alimentação ou suplementação. (3,4)

A luteína é um tipo de carotenoide, pertencente à classe das xantofilas de coloração amarela, que atua como antioxidante protegendo as células dos danos oxidativos, reduzindo o risco de desenvolvimento de algumas doenças crônicas degenerativas. A zeaxantina, que também pertence às xantofilas, apresenta uma estrutura química muito similar à luteína. (5)

Estudos em pacientes com uma dieta rica em luteína e zeaxantina ou com suplementação por três ou mais meses, resultaram em aumento na densidade dos carotenoides retinianos na maioria dos pacientes. (4)

Por atuarem na neutralização de radicais livres e na filtragem da luz azul, que reduz os danos fotoxidativos, alguns estudos epidemiológicos apontam uma correlação inversa entre o consumo de luteína e zeaxantina na dieta com o risco de degeneração macular que, como vimos, é a principal causa de cegueira em idosos.(3)

Onde podemos encontrar a luteína e a zeaxantina?

Agora que entendemos a relação delas com a saúde dos nossos olhos, vamos descobrir quais alimentos são fontes destes poderosos carotenoides antioxidantes. Anote aí para incluí-los na próxima ida ao supermercado! (1, 2, 5, 6)

– Vegetais folhosos verdes (salsa, espinafre, couve e outros);

– Milho;

– Abóbora;

– Laranja;

– Tangerina;

– Mamão Papaia;

– Brócolis;

– Ervilha;

– Gema de Ovo;

– Cenoura;

– Páprica e outros.

Nem sempre conseguimos consumir a quantidade necessária destes tipos de substâncias por meio da alimentação e, por isso, a suplementação pode ser tornar uma grande aliada à nossa saúde.

Para entender melhor sobre quanto você deve consumir destes alimentos e se é necessário suplementar, a recomendação é que mantenha a rotina médica em dia!

 

FONTES: 
  1. SANTOS, Stella M. G. Benefícios da luteína na prevenção e tratamento da degeneração macular relacionada à idade (DMRI).Anais do Conic-Semesp. Volume 1. Mogi-Guaçu, 2013. Disponível em <http://conic-semesp.org.br/anais/files/2013/trabalho-1000015787.pdf>. Acesso em 20 ago. 2020.
  2. TORRES, Rogil J. Almeida et al. Conceitos atuais e perspectivas na prevenção da degeneração macular relacionada à idade. RevBras Oftalmol. São Paulo, v.67, n. 3, p. 142-155, 2008. Disponível em <https://www.scielo.br/pdf/rbof/v67n3/a08v67n3.pdf>. Acesso em 20 ago. 2020.
  3. CARNAUBA, Renata Alves. Ação dos compostos bioativos dos alimentos no envelhecimento e longevidade.RevBrasNutrFunc, 45(80), 2019. Disponível em <https://www.vponline.com.br/portal/noticia/pdf/9e7403fa818b7b612e1101fa418063e9.pdf>. Acesso em 20 ago. 2020.
  4. CANOVAS, Renata et al. Pigmentos maculares. Arq. Bras. Oftalmol. São Paulo, v.72, n. 6, p. 839-844, 2009. Disponível em <https://www.scielo.br/pdf/abo/v72n6/21.pdf>. Acesso em 20 ago. 2020.
  5. STRINGHETA, Paulo Cesar et al. Luteína: propriedades antioxidantes e benefícios à saúde.Alim. Nutr. Araraquara, v. 17, n.2, p. 229-238, 2006. Disponível em <https://www.researchgate.net/publication/49599824_LUTEINA_PROPRIEDADES_ANTIOXIDANTES_E_BENEFICIOS_A_SAUDE>. Acesso em 20 ago. 2020.
  6. SALGADO, JocelemMastrodi. Carotenoides. São Paulo, 2017. Disponível em <https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/3352393/mod_resource/content/1/carotenoides.pdf>. Acesso em 20 ago. 2020.

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