O câncer de mama é o tipo de câncer que mais atinge mulheres. Segundo o Instituto Nacional do Câncer, esse problema afeta cerca de 60 mil brasileiras por ano. Felizmente, por meio do diagnóstico precoce, as chances de cura da doença são quase totais, chegando a 95%. (1,2)
Com a campanha internacional de conscientização sobre o câncer de mama – Outubro Rosa -, o autoexame já foi bastante divulgado. Apesar de esse não ser o principal meio de identificar e prevenir a doença, continua sendo um grande aliado das mulheres na luta contra esse tipo de câncer. E é por isso que resolvemos trazer esse tema para o blog.
Diagnóstico precoce e mamografia de rastreamento
O câncer de mama ocorre em consequência ao desenvolvimento irregular das células mamárias, que se multiplicam até formar um tumor maligno. (3)
Ainda não há uma causa precisa da doença, mas ter familiares com histórico desse tipo de câncer é um dos fatores de risco, assim como o sedentarismo, tabagismo, obesidade, menopausa tardia (depois dos 55 anos), mamas densas, idade a partir de 50 anos, entre outros. (4)
Atualmente, existem dois tipos de estratégias para a detecção precoce do câncer de mama, que são o diagnóstico precoce e o rastreamento. No diagnóstico precoce, destaca-se a importância da abordagem de pessoas com sinais e/ou sintomas iniciais da doença. (5) Confira logo abaixo quais são eles:
- Qualquer nódulo mamário em mulheres com mais de 50 anos; (5)
- Nódulo mamário em mulheres com mais de 30 anos que persistem por mais de um ciclo menstrual; (5)
- Pequenas lesões ou feridas nas mamas; (4)
- Irritação com ardência, coceira ou vermelhidão ao redor do mamilo, que não melhora com tratamento antialérgico; (4)
- Inchaço que altera o tamanho ou o formato da mama; (4)
- Secreção que sai espontaneamente pelo mamilo, sobretudo quando sai somente de uma mama e não da outra; (4)
- Caroço na axila ou na mama que pode ser percebido com o toque; (4)
- Veia em estado dilatado e que aumenta de tamanho na mama fora do período de gestação/amamentação; (4)
- Área retraída ou afundada que afeta o contorno da mama; (4)
- Alteração na textura da mama que se assemelha a rugas ou “casca de laranja”; (4)
- Alterações novas no mamilo, que fica invertido (virado para dentro) ou desviado para um dos lados. (4)
O rastreamento do câncer de mama, por sua vez, é uma estratégia que deve ser direcionada para uma população sem sinais e sintomas sugestivos da doença, com o intuito de identificar alterações sugestivas de câncer e encaminhar as mulheres com resultados anormais para investigação diagnóstica. (5)
No Brasil, a mamografia é o único exame cuja aplicação em programas de rastreamento apresenta eficácia comprovada na redução da mortalidade por câncer de mama. Por essa razão, a mamografia de rotina é recomendada para as mulheres de 50 a 69 uma vez a cada dois anos. (5)
O autoexame já basta?
Já adiantamos: não. Cerca de 80% dos tumores de mama são descobertos pelas próprias mulheres. Por isso, conhecer o próprio corpo e fazer o autoexame é sim importante, porém, essa prática não substitui o exame clínico das mamas. (3,6)
Especialistas afirmam que o autoexame não consegue descobrir as lesões quando elas podem ser tratadas mais facilmente, por isso o acompanhamento regular com um médico é essencial. No entanto, especialmente em lugares onde não há mamografia acessível, o método ainda é utilizado para evitar complicações do câncer de mama. (8)
O autoconhecimento salva vidas
O conceito “breast awareness” (em tradução livre, “conscientização sobre as mamas”) surgiu no início dos anos 2000 como uma recomendação a todas as mulheres para conhecerem as mudanças habituais pelas quais suas mamas passam em qualquer período da vida, sem a necessidade de uma rotina sistemática de observação. (9)
Imagine só: ao se auto-apalpar e não identificar nenhuma alteração, a mulher pode deixar de procurar atendimento médico e de fazer exames de detecção. Isso pode contribuir seriamente para a mortalidade em decorrência da doença. (3)
Como citamos anteriormente, o autoexame é sim uma prática importante. Mas tão importante quanto ele é estimular a mulher cada vez mais a procurar esclarecimento médico, em qualquer idade, e poder contar com um sistema de saúde que acolha, informe e realize os exames diagnósticos em tempo oportuno. (5)
A diferença entre autoexame e autoconhecimento é sutil, mas existe. Ter atitudes de autoconhecimento significa observar, sentir e apalpar as próprias mamas em qualquer momento do dia, como na troca do sutiã ou na hora do banho, enfim, na situação em que a mulher se sentir mais confortável, e em qualquer dia do mês. Isso permite com que ela desenvolva maior consciência do próprio corpo e note alterações mais facilmente. (9)
Mas, lembre-se: apesar de não ser a única prática importante para a saúde da mulher, o autoexame não perde sua utilidade e ainda é tido como precaução primária. (6)
Como fazer o autoexame da mama?
O autoexame pode ser feito uma vez por mês, todos os meses, entre três e dez dias após o aparecimento da menstruação ou em uma data fixa para mulheres que não menstruam. (1) Veja, a seguir, como realizar o autoexame na prática.
São 3 momentos diferentes: em frente ao espelho, em pé e deitada.
1 – Na frente do espelho
Sem roupas, observe os seios com os braços caídos, levantados e dobrados atrás do pescoço e com as mãos na bacia, pressionando-a para verificar se existe alteração na superfície da mama. É importante avaliar o tamanho, a forma e a cor, além de inchaços, saliências e rugosidades. (1)
2 – Em pé
A palpação das mamas deve ser feita durante o banho, com o corpo molhado e as mãos ensaboadas. Os dedos devem estar esticados e fazer movimentos circulares, de cima para baixo. Para cada lado, fazer o seguinte: (1)
- Colocar o braço atrás da cabeç
- Apalpar a mama em movimentos circulares: primeiro no formato de círculos que começam no mamilo e crescem até cobrir o seio todo; depois em linhas retas em direção ao mamilo e por último em linhas retas para cima e para baixo.
- No fim da palpação, pressionar os mamilos suavemente e observar se existe saída de líquido.
3 – Deitada
A palpação deitada é, basicamente, como a de pé. Os mesmos três passos de palpação citados devem ser feitos em cada mama enquanto se está deitada.
Caso identifique algum sinal da doença durante o autoexame de mama, busque ajuda médica imediatamente. Não deixe para se cuidar somente no Outubro Rosa, procure sempre manter a sua qualidade de vida todos os dias. Isso é Vital!
Fontes:
- MARASCIULO, Marilia. Câncer de mama: como fazer o autoexame. Galileu, 2018. Disponível em: <https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2018/10/cancer-de-mama-como-fazer-o-autoexame.html>. Acesso em 08 set. 2022.
- FEDERAÇÃO BRASILEIRA DE INSTITUIÇÕES FILANTRÓPICAS DE APOIO À SAÚDE DA MAMA. Dicas para detecção do câncer de mama. 2018. Disponível em: <https://femama.org.br/site/blog-da-femama/dicas-para-deteccao-do-cancer-de-mama/>. Acesso em 08 set. 2022.
- SOCIEDADE BRASILEIRA DE MASTOLOGIA. Autoexame da mama não substitui exame clínico, diz Ministério da Saúde. Disponível em: <https://sbmastologia.com.br/autoexame-da-mama-nao-substitui-exame-clinico-diz-ministerio-da-saude/>. Acesso em 08 set. 2022.
- HOSPITAL ALBERT EINSTEIN. Como fazer o autoexame de mama em 3 passos simples. Vida Saudável, 2022. https://vidasaudavel.einstein.br/como-fazer-o-autoexame-de-mama/>. Acesso em 08 set. 2022.
- BRASIL. Instituto Nacional do Câncer. Detecção Precoce. 2022. Disponível em: <https://www.inca.gov.br/en/node/1208>. Acesso em 08 set. 2022.
- BAYER. Autoexame das mamas. Disponível em: <https://www.gineco.com.br/saude-feminina/exames-de-rotina/autoexame-das-mamas>. Acesso em 08 set. 2022.
- BRASIL. Instituto Nacional do Câncer. Confira as recomendações do Ministério da Saúde para rastreamento do câncer de mama. 2019. Disponível em: <https://www.inca.gov.br/noticias/confira-recomendacoes-do-ministerio-da-saude-para-o-rastreamento-do-cancer-de-mama>. Acesso em 08 set. 2022.
- PAREDES, Gabriella. Outubro Rosa – Autoexame da mama não substitui exame clínico. Fiocruz, 2020. Disponível em: <https://www.bio.fiocruz.br/index.php/br/noticias/1995-outubro-rosa-autoexame-da-mama-nao-substitui-exame-clinico>. Acesso em 08 set. 2022.
- BRASIL. Instituto Nacional do Câncer. Pingos nos is. Rede Câncer, e. 36, 2018. Disponível em: <https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files//media/document//rrc-36-capa-pingos-nos-is.pdf>. Acesso em 08 set. 2022.