Introdução Alimentar

Como fazer a introdução alimentar corretamente?

A introdução alimentar é um processo natural no desenvolvimento de todas as crianças e, se feita de uma maneira saudável, será de extrema importância para um crescimento com mais saúde e qualidade de vida.

Mas você sabe quais alimentos devem ser oferecidos na introdução alimentar e como ela deve ser feita? Vamos descobrir!

O que é introdução alimentar?

A introdução alimentar nada mais é do que a fase onde os bebês começam a comer outros alimentos além do leite materno. Segundo a OMS, a introdução alimentar deve começar a partir dos seis meses de idade. (1)

É importante destacar que, também de acordo com a OMS, bebês devem ser alimentados exclusivamente com leite materno até os 6 meses de idade. O aleitamento é essencial para que a criança desenvolva corretamente a maturação e o crescimento das estruturas do sistema estomatognático (como língua, lábios, bochechas etc) e estimular o desenvolvimento de funções fisiológicas, como a mastigação e a deglutição, além de ser um superalimento cheio de nutrientes essenciais para o bebê. (2)

Quando o bebê completa seis meses, o recomendado é começar a inserir outros alimentos na dieta e, se possível, continuar com o aleitamento materno até os dois anos. (1)

Caso a mãe não consiga amamentar por algum motivo, ela pode optar por fórmulas infantis – sempre lembrando que isso deve ser recomendado por um pediatra.(1)

O processo da introdução alimentar precisa ser lento e gradual porque algumas crianças podem estranhar certos alimentos e acabar recusando – e isso é normal, pois é algo novo para elas. Caso aconteça essa recusa, o importante é não forçar e ofertar o alimento novamente em outra oportunidade. (1)

Quais alimentos oferecer na introdução alimentar?

O recomendado é que a alimentação do bebê seja rica em nutrientes e bem diversificada. Ela deve começar com papas de frutas e de legumes todos os dias no primeiro mês. (1)

Separamos por grupos alguns alimentos que são recomendados na introdução alimentar:

– Hortaliças: folhas verdes, tomate, cenoura, quiabo, beterraba e abóbora. (1)

– Raízes e tubérculos: mandioca, batata, inhame e aipim. (1,3)

– Grãos: soja, ervilha, grão-de-bico, feijão e lentilha. (1)

– Leites: leite humano, leite de outros animais (líquido ou em pó), coalhada (sem adição de açúcar ou outras substâncias) e iogurte. (3)

– Carnes e ovos: frango, boi, pato, peixe, codorna, miúdos e vísceras e ovos. (1)

Oleaginosas: amendoim, nozes, castanhas, amêndoa e avelã (tudo sem sal ou açúcar). (3)

– Cereais: arroz branco, parbolizado ou integral, milho em espiga ou em grãos, grãos de trigo, massas frescas ou macarrão feitas com carinhas e água. (3)

É importante lembrar que os alimentos in natura ou minimamente processados devem ser a base da dieta da criança, pois são ricos em nutrientes, mais naturais e não passam por processos de alteração, como fermentação ou adição de óleos, gorduras, açúcares e outras substâncias diferentes do alimento na sua forma original. (3)

Não se esqueça de oferecer água para a criança. É importante para que ela se mantenha hidratada. (3)

Imagem Ilustrativa

Desnutrição e obesidade

A partir dos seis meses de vida, a criança tem uma necessidade nutricional que não é suprida somente com o leite materno, então é necessário fazer a introdução alimentar para que a criança tenha energia. (4)

Quando a introdução alimentar não é feita de modo correto, problemas como a desnutrição (por carência de nutrientes) e a obesidade (por ofertar para a criança alimentos industrializados) podem surgir. (4)

Estudos mostraram que, quando os alimentos são introduzidos na dieta da criança de modo precoce, isso pode resultar em um maior ganho de nível de gordura corporal (sobrepeso). (4)

Outro estudo mostrou que a introdução de alimentos sólidos precocemente em bebês com menos de 4 meses de vida está ligada ao aumento da prevalência ou risco de obesidade – especialmente em crianças que se alimentam com fórmulas infantis e nascidos com mães que já são obesas. (4)

Por esses motivos, é primordial evitar alimentos como refrigerantes, salgadinhos de pacote, bolachas recheadas, frituras, alimentos gordurosos, etc. (3)

Esses alimentos, conhecidos como ultra processados, não devem ser, de forma alguma, oferecidos para as crianças. Além de poder causar obesidade, quando consumidos em excesso, podem causar problemas como câncer; hipertensão; doenças cardíacas; cárie e diabetes. (3)

Imagem Ilustrativa

Dicas para começar a introdução alimentar

Começar a alimentação natural pode parecer desafiador, mas não é um bicho de sete cabeças. Trouxemos algumas dicas que poderão te ajudar nesse processo:

– Varie a alimentação. Deixe a criança experimentar todas as texturas e sabores. Doce, amargo, azedo e salgado, tudo é uma experiência e é muito importante. (5)

– Dê alimentos em pedaços ou amassados. É importante que a criança conheça diferentes consistências. (5)

– Se a criança recusar um alimento, tente oferecer novamente mais tarde com outra apresentação. Por exemplo: a cenoura, se foi oferecida cozida em pedaços, tente ofertar ralada no arroz. (5)

– Dê exemplo. A criança aprende com exemplos, observando toda a família. Então, se os pais querem que a criança coma alimentos saudáveis, o exemplo precisa vir deles. (5)

– Não force a criança a comer e nem use frases como: “Se não comer tudo, não sai da mesa”, “Só vai ver o seu desenho se comer tudo!”. Essas frases podem acabar fazendo com que a criança associe a alimentação com algo negativo. Se a criança não quiser comer, tire o prato e encurte otempo da próxima refeição. (5)

– Ainda hoje, é normal conhecer crianças que não gostam de comer verduras e legumes, mas, segundo uma pesquisa britânica, é extremamente importante ofertar legumes e verduras já nas duas primeiras semanas da introdução alimentar. Ao experimentá-los várias vezes, a criança pode acabar gostando com mais facilidade. (6)

Se alimentar bem é importante na introdução alimentar e também para o resto da vida. Crianças que têm uma dieta rica em nutrientes se tornarão adultos saudáveis. Evite guloseimas, alimentos ultraprocessados e cheios de açúcares. Vale lembrar que esse texto não deve servir como um guia para os pais usarem. O intuito do texto é dar dicas e informações relevantes para esse momento. A maternidade é muito individual, e não tem livros de receita.

Não dê nenhum alimento para a criança sem antes consultar um pediatra.

Fontes:
  1. RIBEIRO, Maiara. Como deve ser feita a introdução alimentar do bebê. Drauzio Varella. Disponível em <https://drauziovarella.uol.com.br/pediatria/como-deve-ser-feita-a-introducao-alimentar-do-bebe/>. Acesso em 12 mar 2021.
  2. OLIVEIRA, Taisa R. De Souza et al. Associação entre o aleitamento materno, introdução alimentar e desenvolvimento neuropsicomotor nos primeiros seis meses de vida. Distúrb. Comun., v. 29, n. 2, p. 262-273, São Paulo, 2017. Disponível em <https://revistas.pucsp.br/dic/article/view/29637>. Acesso em 12 mar 2021.
  3. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Departamento de Promoção da Saúde. Guia alimentar para crianças brasileiras menores de 2 anos. Brasília, 2019. Disponível em http://www.ufrgs.br/pediatria/Repositorio/ppsca/bibliografia/nutricao/ministerio-da-saude-guia-alimentar-para-criancas-menores-de-dois-anos>. Acesso em 12 mar 2021.
  4. LIMA, Ana Thaís Alves et al. Influência da introdução alimentar precoce para o desenvolvimento da obesidade infantil: uma revisão de literatura. Research, Society and Development, v. 9, n. 8, 2020. Disponível em <https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/4925/4443>. Acesso em 12 mar 2021.
  5. BASILIO, Andressa. 10 dicas para a introdução alimentar. Crescer, 2016. Disponível em <https://revistacrescer.globo.com/Bebes/Alimentacao/noticia/2016/06/10-dicas-para-introducao-alimentar.html>. Acesso em 12 mar 2021.
  6. ESTUDO mostra como criar goto por legumes e verduras em crianças. BBC News Brasil, 2015. Disponível em <https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/06/150615_estudo_frutas_legumes_bebes_mdb>. Acesso em 12 mar 2021.

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