A gordura é um dos blocos de construção mais básicos do corpo. Na verdade, uma pessoa adulta tem em média entre 15 e 30 por cento de gordura. Mas você sabe se as gorduras que você consome te fazem bem?
Há décadas, demonizamos a gordura pensando que ela só nos faz mal, seguindo dietas com baixo teor de gordura que quase sempre elevam os níveis de açúcares e carboidratos, este equívoco contribui para um corpo resistente à insulina, propício para desenvolver obesidade, doenças cardíacas, diabetes tipo 2 e muitos outros problemas de saúde.
Realmente, há tipos de gordura que, em excesso, causam danos – principalmente cardiovasculares – ao nosso corpo; essas gorduras são as do tipo saturadas, especialmente as de origem animal, e as gorduras trans, que na verdade são um antinutriente.
Contudo, também há o tipo benéfico de gordura, as monoinsaturadas e poli-insaturadas. Quanto maior a qualidade da gordura, melhor o seu corpo irá funcionar. Pare e pense nisso: Você tem mais de 100 trilhões de células em seu corpo, e cada célula deve ser construída utilizando gordura de alta qualidade.
Como você sabe se suas células estão recebendo gorduras benéficas o suficiente?
Saiba que seu corpo te envia sinais quando ele não obtém gordura boa o suficiente. Nunca ignore os sinais que seu corpo está transmitindo. Alguns sinais de aviso incluem:
- Pele seca, com coceira e descamação;
- Unhas macias, rachadas ou frágeis;
- Cera de orelha seca e dura;
- Pequenos espasmos na parte de trás dos braços;
- Articulações rígidas;
- Problemas de memória;
- Transtorno de déficit de atenção;
- Diabetes;
- Ganho de peso.
Quando não temos instruções adequadas, podemos cometer o engano de considerar todas as gorduras como ruins. Na verdade, existem gorduras boas, gorduras questionáveis e gorduras ruins.
Gorduras alimentares são absolutamente essenciais para a saúde e certamente você quer adicionar mais das gorduras certas à sua dieta. Para fazer isso, você precisa saber quais as gorduras que deve comer e quais delas evitar.
Construir o corpo de dentro para fora é exatamente como construir uma casa. Você pode moldar sua casa com materiais mais baratos e de baixa qualidade ou você pode investir em materiais de alta qualidade que vão ser eficientes e duráveis.
Quando você come gorduras erradas, você está usando materiais baratos para a construção do seu corpo, com isso, os resultados não serão bons!
A maioria dos alimentos processados nas prateleiras dos supermercados são fabricados com gorduras ômega 6 de baixa qualidade provenientes de óleos vegetais refinados e processados. Eles são abundantes, muito baratos, e só servem para melhorar o gosto e a textura dos alimentos, sem qualquer qualidade nutricional.
Da próxima vez que você for às compras, dê uma olhada na lista de ingredientes dos alimentos industrializados que você costuma comprar, se ela inclui gordura trans, ou gordura hidrogenada, você está recebendo uma gordura de má qualidade.
Quando você consome essas gorduras ruins, as membranas das suas células se tornam frágeis e sofrem o que chamamos de estresse oxidativo, isso provoca o envelhecimento precoce e aumenta os riscos para inúmeras doenças, inclusive degenerativas.
Com o alto consumo de gorduras trans, ao invés das células manterem suas paredes flexíveis e sensíveis à comunicação intercelular, elas tornam-se rígidas. Quanto mais rígidas forem as paredes das células, mais lentas serão as funções celulares e o organismo se tornará cada vez mais vulnerável a processos inflamatórios.
A gordura saturada de origem animal também não é indicada como uma gordura benéfica, ela está presente em carnes gordas e está associada a doenças cardíacas, pois entope as artérias e também potencializa processos inflamatórios quando consumida em exagero.
(Gorduras benéficas mono e poli-insaturadas versus gorduras ruins, as saturadas de origem animal e as Trans)
Para garantir que seu corpo tenha as gorduras que ele precisa para construir paredes celulares de alta qualidade, você deve comer, de forma equilibrada, mais gorduras do tipo ômega 3 e ômega 6 de boa qualidade. As paredes celulares feitas de gorduras ômega 3 são mais flexíveis, o que permite que as células respondam mais rapidamente às mensagens.
Essas gorduras “boas” chamadas de ômega 3, também ajudam seu corpo a produzir prostaglandinas, que são hormônios que combatem os processos inflamatórios.
As principais fontes animais de gorduras ômega 3 incluem peixes de água fria e profunda como o salmão selvagem, sardinhas, anchovas, atum e arenque, já as fontes de ômega 3 de origem vegetal têm origem em alimentos como a linhaça e o óleo de linhaça, chia, nozes, castanhas do pará e algas marinhas.
Os cientistas suspeitam que nossos ancestrais comiam quantidades iguais de ômega 6 e de ômega 3 , por serem caçadores e coletores, obtinham gorduras ômega 6 saudáveis através de sementes e nozes. Já o ômega 3 era adquirido a partir de peixes selvagens e plantas silvestres.
À medida que as pessoas começaram a refinar os óleos das plantas e utilizá-los em larga escala na indústria alimentícia, o consumo tornou-se mais inclinado para as gorduras ômega 6 sem prensagem a frio. Isso criou um desequilíbrio drástico na dieta moderna, nos tornando mais vulneráveis a doenças como o câncer e doenças cardíacas.
Quando a dieta humana continha um número equilibrado de gorduras ômega 3 e ômega 6, a doença cardíaca era quase inexistente. Hoje, a doença cardiovascular é a principal causa de morte no mundo!
Quanto mais gorduras ômega 3 você consumir, mais fácil seu corpo poderá se regenerar e se manter saudável, o que significa menos inflamação, que é a causa de quase todas as doenças crônicas, especialmente aqueles que afetam o cérebro e o coração.
Quando for escolher consumir o ômega 6, saiba escolher fontes seguras e saudáveis desse tipo de gordura, seja via castanhas e nozes in natura ou seja através de óleos vegetais prensados a frio, que garantem a qualidade dos ômegas integralmente.
O cérebro é completamente dependente dessas gorduras de alta qualidade. Na verdade, é composto de 60 por cento de gordura. A gordura de alta qualidade aumenta a cognição, a felicidade, o aprendizado e a memória. Em contraste, estudos ligam uma deficiência de ácidos graxos ômega 3 à depressão, ansiedade, transtorno bipolar, esquizofrenia e até mesmo atitudes violentas.
Seu coração também vai te agradecer por comer mais ômega 3, já que este ácido graxo ajuda a reduzir níveis de triglicérides e aumentar os níveis de gorduras boas (HDL). Além disso, o ômega 3 torna o sangue mais “escorregadio”, reduzindo a probabilidade de doença arterial e AVC.
Além de nutrir seu coração e cérebro, comer as gorduras certas ajuda a perder gordura! Parece um paradoxo, mas é verdade!
Isso é porque as gorduras de alta qualidade ajudam a diminuir níveis do açúcar no sangue, te ajudando a queimar ao invés de armazenar a gordura. Consumir gorduras saudáveis também nos ajuda a absorver as vitaminas lipossolúveis importantes A, D, E e K.
Com todas estas informações, agora ficou mais fácil de escolher as gorduras benéficas, não é mesmo?
Além de uma alimentação rica em gorduras do bem, pratique exercícios e tenha um sono reparador, o resultado será mais saúde e qualidade de vida no seu dia a dia!
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1 comentário em “Você consome quantidades suficientes de gorduras boas?”