É comum ouvir que as grávidas devem evitar qualquer tipo de esforço físico, mas será que isso é verdade?
Na realidade, estudos mostram que a musculação, quando realizada com cuidado, pode trazer inúmeros benefícios para as futuras mamães. (1)
Atividade física na gravidez: pode ou não pode?
Durante a gravidez, ocorrem várias mudanças no corpo da mulher que afetam equilíbrio, coordenação e estabilidade, influenciadas pelos hormônios que facilitam o desenvolvimento do bebê. (2)
Além das alterações corporais, existem as fisiológicas. Por isso, é importante que a gestante ajuste sua rotina e adote hábitos mais saudáveis, se ainda não os tinha, para nutrir adequadamente o bebê em crescimento. (1, 2, 3)
Até recentemente, muitas gestantes evitavam atividades físicas devido a preocupações sociais e culturais, temendo problemas como parto prematuro e circulação placentária reduzida. (2)
No entanto, estudos avançados mostraram que esses problemas não estão diretamente ligados à prática de exercícios físicos. (2)
Portanto, exercitar-se durante a gravidez é considerado importante, especialmente porque um estilo de vida sedentário pode aumentar o risco de doenças crônicas. Mas ainda sim é essencial que a gestante não tenha nenhuma condição anormal e esteja liberada por um médico especializado. (2, 4)
A musculação, em particular, é altamente recomendada para combater o sedentarismo. Para as futuras mamães, essa prática pode reduzir o risco de diabetes gestacional e complicações no parto, entre outras melhorias significativas. (2)
25 benefícios da musculação na gestação
O treinamento de força (musculação) é um dos métodos mais eficazes para melhorar o desempenho esportivo. Mas também é ótimo para promover hábitos de vida saudáveis, inclusive durante a gestação (3)
A seguir, descubra como a musculação pode beneficiar as mulheres no período gestacional:
- Pode ter menor risco de depressão após o parto; (4)
- Pode promover relaxamento, divertimento e disposição; (2)
- Pode ajudar a diminuir a intensidade das dores nas costas; (2)
- Pode reduzir a duração do trabalho de parto; (4)
- Pode diminuir a probabilidade de cesárea; (4)
- Pode aliviar o desconforto físico durante a gravidez; (4)
- Pode ajudar a controlar o ganho de peso excessivo; (4)
- Pode melhorar o condicionamento físico; (4)
- Pode diminuir o risco de desenvolvimento de pré-eclâmpsia; (2)
- Pode melhorar a circulação sanguínea de volta ao coração; (4)
- Pode aumentar o fluxo de sangue para a placenta; (4)
- Pode reduzir o risco do bebê nascer prematuro; (2)
- Pode diminuir o estresse no coração; (4)
- Pode facilitar uma recuperação pós-parto mais rápida; (4)
- Pode melhorar a postura e a marcha; (4, 5)
- Pode melhorar a autoimagem e reduzir a ansiedade; (4)
- Pode ajudar na manutenção da força muscular; (4)
- Pode melhorar a flexibilidade; (4)
- Pode reduzir a gordura intra-abdominal; (4)
- Pode ajudar no controle da glicemia e reduzir o risco de diabetes gestacional; (2, 5)
- Pode promover um bom desenvolvimento do bebê; (2)
- Pode auxiliar na manutenção da temperatura corporal; (4)
- Pode contribuir para o controle da pressão arterial; (4)
- Pode prevenir incontinência urinária; (1)
- Pode diminuir o risco de quedas. (4)
Mas, antes de começar os exercícios, é fundamental que a gestante siga as orientações médicas e seja supervisionada por um profissional de Educação Física bem capacitado. (5)
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Cuidados essenciais para treinar com segurança
No Brasil, muitas mulheres têm um alto índice de inatividade física, especialmente durante a gravidez, com taxas variando de 64,5% a 91,5%, sendo mais elevadas no último trimestre. (4)
É essencial respeitar o nível de condicionamento físico da gestante para que o treino seja bem-sucedido, adaptando-o conforme necessário, tanto para iniciantes quanto para aquelas mais condicionadas. (4)
A intensidade e a duração devem ser aumentadas gradualmente, de acordo com a capacidade de cada gestante. Se não houver contraindicações, a atividade física pode ser realizada até o dia do parto ou enquanto for confortável para a mulher (2)
As principais indicações da musculação para gestantes incluem:
- Não aumentar a atividade física comparado ao que fazia antes da gravidez; (1)
- Fazer exercícios que não causem fadiga; (1)
- Realizar atividades por 30 a 40 minutos; (1)
- Praticar exercícios 2 a 3 vezes por semana; (1)
- Evitar o aumento da temperatura corporal; (1)
- Manter a frequência cardíaca abaixo de 140 bpm; (1)
- Realizar atividades de maneira regular, moderada e controlada; (1)
- Incluir atividades aeróbicas, de força e flexibilidade; (1)
- Fazer exercícios que envolvam grandes grupos musculares; (1)
- Eliminar exercícios aeróbicos de alto impacto. (1)
Além disso, é importante evitar atividades físicas que causem desequilíbrios, paradas bruscas, mudanças repentinas de direção, quedas ou traumas. (3)
Posições que comprimam o abdômen, como a posição supina, também devem ser evitadas, pois podem levar à síndrome da hipotensão supina, onde o útero pressiona a veia cava e diminui o retorno venoso. Também é recomendado evitar a manobra de Valsalva durante os exercícios. (3)
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Escute os sinais do seu corpo
Existem alguns sintomas que servem como sinais de alerta para a prática segura de atividade física. (4)
Se qualquer um destes sintomas ocorrer durante ou após o exercício, é necessário interromper imediatamente a atividade e procurar avaliação médica. (4) Esses sintomas incluem:
- Sangramento vaginal; (4)
- Falta de ar; (4)
- Tontura; (4)
- Dor de cabeça; (4)
- Dor no peito; (4)
- Fraqueza muscular; (4)
- Dor ou inchaço nas panturrilhas (possível tromboflebite); (4)
- Diminuição dos movimentos fetais; (4)
- Perda de líquido amniótico(4)
Se você está grávida e quer fazer musculação, consulte seu médico e trabalhe com profissionais qualificados. Eles podem ajustar os treinos conforme suas necessidades, garantindo sua saúde e bem-estar durante essa fase especial da vida.
FONTES:
- SILVA, Pedro Enrico Caldas; LISBOA, Tamara Santos; BARROS, Shlevysson dos Santos; OLIVEIRA; Paulo Sérgio Pimentel de. Musculação para gestantes: entre efeitos e indicações. Revista Valore, v. 2, n.1, p. 186-194, Volta Redonda, 2017.
- SILVA, Maria Eduarda Mendes da. Efeito dos benefícios do treinamento de força para gestantes: uma revisão sistemática. 2023. 22 f. Monografia (Bacharelado em Educação Física) – Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2023. Disponível em: https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/51329/9/TCC%20Maria%20Eduarda%20ok.1.pdf. Acesso em 12 jul. 2024.
- RODRIGUES, Daniele Cristine Boelter. Abordagens atuais de treinamento de força para gestantes. 2021. 31 f. Trabalho de Conclusão de Curso ( Graduação em Educação Física) – Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, Santa Rosa, 2021. Disponível em: https://bibliodigital.unijui.edu.br:8443/server/api/core/bitstreams/74d444ca-d00f-4436-a33c-1086102adf0e/content. Acesso em 12 jul. 2024.
- FARIAS FILHO, Walter Alves de et. al. Os benefícios do treinamento de força para gestantes. Revista de Trabalhos Acadêmicos – Campus Niterói, América do Norte, 0, ago. 2018. Disponível em: http://revista.universo.edu.br/index.php?journal=1reta2&page=article&op=view&path%5B%5D=6651&path%5B%5D=3410. Acesso em 12 jul. 2024.
- NASCIMENTO, Thiago Pereira do. Efeitos do treinamento de força para mulheres no período gestacional. 2021. 16 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Educação Física) – PUC Goiás, Goiás, 2021. Disponível em: https://repositorio.pucgoias.edu.br/jspui/bitstream/123456789/2876/1/TCC_Thiago_Pereira_Ata_Termo%5B2089%5D.pdf. Acesso em 12 jul. 2024.