Ômega 3 pode fazer bem para a saúde dos seus olhos. Quer ver?

Recentemente, abordamos as propriedades e funções do ômega 3 no nosso organismo e relacionamos elas ao tratamento da ansiedade e depressão, além de auxiliar no tratamento desses transtornos, devido à sua função anti-inflamatória, esse ácido graxo essencial oferece diversos outros benefícios em outras áreas da nossa saúde e é sobre uma delas que vamos abordar hoje: a saúde ocular. Continue acompanhando!

Síndrome de Disfunção Lacrimal

Para dar início a esta associação entre saúde ocular e ômega 3,é importante falar sobre essa síndrome. Mais conhecida como olho seco, ela é bastante comum e afeta uma porcentagem significativa (entre 10 e 30%) da população mundial, principalmente, mulheres e adultos acima de 40 anos. Multifatorial, é caracterizada por uma série de alterações na superfície ocular que podem estar associadas com a qualidade e composição da lágrima, com a composição do filme lacrimal, deficiências no ato de piscar e/ou irregularidades no fechamento das pálpebras. Estas alterações podem levar à instabilidade do filme lacrimal e resultar a distúrbios na superfície ocular.(1,2,3)

O olho seco pode causar sérios prejuízos à qualidade de vida porque seus sintomas incluem secura ocular, dor, desconforto, coceira, falta de lágrima, visão embaçada e sensação de presença de um corpo estranho nos olhos, que podem interferir no dia a dia do indivíduo, em situações rotineiras como dirigir, ler, trabalhar, utilizar o computador e assistir televisão.(2,3)

Enzimas de proteção ocular, como a lisozima, lactoferrina e peroxidase, são secretadas pela glândula lacrimal em resposta ao estímulo neuronal e, aparentemente, diminuem com a idade, o que pode indicar um declínio neuronal desta glândula. O acúmulo de lipofucsina na glândula lacrimal sugere que o estresse oxidativo pode danificar a secreção lacrimal, acompanhado da liberação de mediadores pró-inflamatórios. (4)

O stress oxidativo, com liberação de radicais livres e espécies reativas ao oxigênio que podem causar apoptose e necrose celular, é um fator atualmente reconhecido na patogênese do olho seco.(2)

Diversos estudos têm atribuído, como causa do olho seco, desordens inflamatórias de origem imunológicas que podem resultar de doenças autoimunes, como a síndrome de Sjogren. (4)

Afinal, quais os benefícios do ômega 3 para a saúde ocular?

O metabolismo dos ácidos graxos ômega 3 resulta em moléculas que atuam na supressão das vias no processo inflamatório, que marca a doença do olho seco. Outro mecanismo de ação é a alteração no componente lipídico da lágrima promovida pelo ômega 3, o que deixa ela mais fluída, evitando, assim, a estagnação da secreção das glândulas de meibômio, principais produtoras desse componente lipídico. (5)

Um estudo publicado no Cornea (The JournalofCorneaandExternalDisease) comparou a qualidade do filme lacrimal entre um grupo de indivíduos que receberam suplementação de ômega 3 por 12 semanas e um grupo controle sem a suplementação, que receberam um placebo. Ele revelou uma sensível redução da osmolaridade do filme lacrimal no grupo que recebeu a suplementação do ômega 3. Isso quer dizer que houve maior volume de componente aquoso da lágrima. (5)

O metabolismo de EPA e DHA, substâncias presentes no ômega 3, geram quatro famílias de mediadores anti-inflamatórios: resolvinas, lipoxinas, maresinas e protectinas. Em um estudo in vitro, a resolvina D1 diminuiu significativamente a síntese de citocinas inflamatórias em células epiteliais da córnea. Resultados deste e de outros estudos indicaram que os ácidos graxos essenciais podem ser capazes de modular a inflamação da superfície ocular, o que poderia resultar na recuperação das condições dessa superfície. (3)

Por se tratar de um ácido graxo essencial, o ômega 3 não pode ser produzido pelo corpo humano e suas fontes podem ser de origem vegetal (exemplo: nozes, semente de soja, óleo de canola e óleo de linhaça) ou animal (exemplo: salmão, atum e bacalhau). (6)

Porém, nem sempre conseguimos consumir a quantidade necessária de ômega 3 somente através da alimentação e, por isso, muitas vezes, a solução está na suplementação deste ácido graxo.

Como está a sua visão? Há quanto tempo você não vai ao oftalmologista?

É essencial se comprometer com o acompanhamento médico para que, caso necessário, seja feito um tratamento. Se o seu médico recomendar o uso de suplemento com ômega 3, temos algumas dicas na hora de escolher um de qualidade:

– avalie se ele tem altas concentrações desse ácido graxo;

– opte por suplementos livres de metais tóxicos;

– verifique a garantia de pureza;

– escolha um produto feito com o método de prensagem a frio.

Gostou deste conteúdo?

Se sim, compartilhe com mais pessoas para que elas possam enxergar os benefícios destas informações!

FONTES:
  1. FONSECA, Ellen Carrara; ARRUDA, Gustavo Viani; ROCHA, Eduardo Melani. Olho seco: etiopatogenia e tratamento.Arq. Bras. Oftalmol. V. 73, n. 2, p. 197-203, 2010. Disponível em <https://www.scielo.br/pdf/abo/v73n2/v73n2a21.pdf>. Acesso em 19 ago. 2020.
  2. KARAM, Cinara M. Cavalheiro. Fatores ambientais ocupacionais internos e Síndrome de Disfunção Lacrimal: estudo da prevalência e ações de Educação Ambiental. Rio Grande, 2011. Disponível em <http://repositorio.furg.br/bitstream/handle/1/2158/dissertaao%20Cinara.pdf?sequence=1>. Acesso em 19 ago. 2020.
  3. HAN, SangBeom; HYON, Joon Young.DryEyeDiseaseandEssentialFattyAcids.HandbookofNutrition, Diet, andtheEye. C. 19, p. 321-331, 2019
  4. ANDRADE, Alexey Santos. Avaliação do estresse oxidativo em modelo experimental de olho seco e a resposta ao uso de antioxidantes ômega 3 e ácido lipoico. Porto Alegre, 2013. Disponível em <https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/84949/000900882.pdf?sequence=1>. Acesso em 19 ago. 2020.
  5. THEES, Vanessa. Suplementação de ômega 3 e qualidade da visão. Portal PEBMED, 2018. Disponível em <https://pebmed.com.br/suplementacao-de-omega-3-e-qualidade-da-visao/>. Acesso em 19 ago. 2020.
  6. PINHEIRO JR, Manuel Neuzimar et al.Uso oral do óleo de linhaça (Linumusitatissimum) no tratamento do olhoseco de pacientesportadores da síndrome de Sjögren.Arq. Bras. Oftalmol. São Paulo,  v.70, n. 4, p. 649-655, 2007. Disponível em <https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0004-27492007000400016&script=sci_arttext>. Acesso em 19 ago. 2020.

Deixe um comentário