DHA

Saiba o que é DHA e seus benefícios para a saúde

Se você já está familiarizado com os benefícios do ômega 3, chegou a hora de conhecer um pouco mais sobre uma das substâncias que o compõe: o DHA! Também conhecido como ácido docohexaenoico, pode se tornar essencial na formação da retina dos olhos, além de possuir ação antioxidante e, principalmente, contribuir para a saúde cerebral. (1,2)

Neste texto, você descobrirá um pouco mais sobre os benefícios do DHA e como ele contribui para a manutenção de uma boa saúde. 

O que é DHA?

O DHA é o ácido graxo ômega 3 mais abundante nas membranas celulares. Juntamente com o EPA (ácido eicosapentaenólico), são considerados os componentes mais importantes do ômega 3. O DHA está presente em todos os órgãos, sobretudo, no córtex cerebral e retina nos olhos. (1,2)

A estrutura do ácido docohexaenoico é mais extensa que a do EPA, logo, ocupa mais espaço nas membranas celulares, exercendo um papel fundamental na manutenção da fluidez dessas membranas. Isso é importante para que haja o funcionamento normal das proteínas, canais e receptores inseridos na membrana. É sempre importante manter o equilíbrio entre os níveis DHA e EPA, pois, quando em excesso, o DHA pode ser tão ruim quanto em escassez, podendo afetar o bem-estar diário e as funções celulares. (2) 

DHA e o cérebro

Estudos apontam que o DHA está relacionado a vários processos neuronais, entre eles: funcionamento da memória, atenção, raciocínio e imaginação. Além de ser antioxidante, ele favorece a cognição e as conexões entre neurônios. O fígado é considerado o principal local de sintetização do DHA. Essa gordura boa e altamente insaturada é transportada até o cérebro por meio da circulação sanguínea e é rapidamente internalizada pelos neurônios e incorporada nos fosfolipídios. (1,2)

Para entender um pouco melhor, saiba que o cérebro é um órgão rico em fosfolipídios, compondo cerca de 25% do seu peso seco. Por isso, o DHA é essencial para o seu desenvolvimento e plasticidade. Pesquisas apontam que é provável que o EPA e DHA produzam, no sistema nervoso central, substâncias menos inflamatórias e agregantes plaquetários, que podem conservar ou aumentar o desempenho cerebral.(3)

O DHA ajuda a construir e estruturar uma capa de gordura que ajuda a formar as sinapses (comunicação entre os impulsos nervosos do cérebro), conhecida por bainhas de mielina. Quanto mais sinapses, melhor o funcionamento cerebral. (4)

Afirma-se ainda que a deficiência de DHA está associada com disfunções na integridade da membrana neuronal, na neuroplasticidade e na transmissão da serotonina, norepinefrina e dopamina. Ou seja, a falta de DHA pode estar relacionada aos distúrbios de humor e com manifestações cognitivas da depressão. (5) Saúde do cérebro também é saúde mental!

Como acabamos de ver, o DHA é importante para o bom funcionamento cerebral, sendo assim, entendemos que o tratamento de doenças degenerativas também deve ser abordado aqui. A seguir, entenda a relação do DHA em alguns desses cenários. 

Imagem Ilustrativa

Doença de Alzheimer

A doença de Alzheimer é uma síndrome caracterizada pela perda de memória, o que leva ao comprometimento das relações sociais ou profissionais de um indivíduo. O surgimento é mais comum em pessoas de idade avançada. Foi identificado que pacientes com Alzheimer apresentam baixas concentrações de DHA, estimulando a manifestação de lesões cerebrais. (3)

O baixo nível de DHA ocorre por conta do estresse oxidativo, causado por radicais livres e aumento da produção do peptídeo amiloide, provocando o rompimento neuronal e morte celular. (3)

A suplementação pode se tornar uma boa aliada, visto que o consumo de DHA bloqueia a produção do peptídeo amiloide, inibe a toxidade e o estresse oxidativo. Dessa forma, acontece uma melhora do raciocínio e a aprendizagem de pacientes portadores de Doença de Alzheimer. (3) 

Doença de Parkinson

A doença de Parkinson é caracterizada por uma diminuição na função motora e, em alguns casos, há também a redução das funções cognitivas e demência. Ela é resultante da perda de células que produzem a dopamina no cérebro, que pode ser agravada pelo estresse oxidativo, inflamação ou disfunção mitocondrial. (6)

Em doenças degenerativas, como o Parkinson, os níveis de ômega 3 diminuem  nas membranas das células nervosas. Por isso, a suplementação do DHA poderia ter papel fundamental para pessoas com essa doença, podendo modificar positivamente as funções cerebrais. (6)

Um estudo no Japão concluiu que a suplementação com o ômega 3 dificulta a morte de células que podem acontecer como consequência de estímulos inflamatórios no cérebro. Já um estudo realizado com primatas, realizado no Canadá, mostrou que a suplementação de DHA antes do início do tratamento com L-DOPA (medicação muito eficaz utilizada no tratamento do Parkinson) diminuiu episódios de movimentos musculares involuntários sem prejudicar os benefícios do medicamento. (6)

DHA e desenvolvimento infantil

Achou que as crianças ficariam de fora na obtenção dos benefícios do DHA? A Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda que o uso de DHA seja valorizado desde o período gestacional, pois a gordura atua na formação cerebral do feto. Já citamos que o consumo de DHA pode auxiliar no aprendizado e memória, sobretudo, para os pequenos. Estudos avaliaram que a ingestão recomendada do componente pode garantir 7 pontos de QI a mais para uma criança. Além disso, o consumo de DHA pode:(4)

  • Melhorar as habilidades para leitura e concentração, influenciando no bom aprendizado;
  • Reduzir as chances de ter um bebê prematuro ou com baixo peso;
  • Contribuir para o fortalecimento e formação da retina do bebê, evitando futuros problemas oculares;
  • Minimizar inflamações crônicas relacionadas aos problemas ósseos e até cardiovasculares. 

DHA e os olhos

O desenvolvimento do cérebro e da retina acontece desde a gestação e vai, até, aproximadamente, os dois anos de idade. A fosfatidiletanolamina, um tipo de fosfolipídio que está presente nas membranas do cérebro e da retina, contém grande quantidade de DHA. Quando a ingestão de ômega 3 é restrita durante a gestação e a lactação, ocorre a diminuição do DHA nas membranas do cérebro e da retina, podendo resultar em alterações funcionais irreversíveis. (7) 

Imagem Ilustrativa

Onde encontrar DHA?

Sendo uma gordura boa da cadeia ômega 3, o DHA pode ser encontrado em peixes como atum, bacalhau, salmão, sardinha e truta e em frutos do mar oleosos, além de pequenas quantidades nas algas. (2,4) E, claro, também por meio da suplementação!

Se você chegou até aqui na leitura, já sabe o que é o DHA e quais benefícios ele oferece a nossa saúde, principalmente, quando falamos do bom funcionamento dos neurônios. Vale a pena introduzi-lo na dieta a partir da orientação com um profissional qualificado.

Agora, aproveite para conferir o nosso e-book especial sobre a EPA e o DHA para descobrir muito mais sobre esses ácidos graxos tipo ômega 3. Existem diversas substâncias boas por aí que podem te ajudar a potencializar o organismo, e nós sempre traremos esses nutrientes em pauta.

Fontes: 
  1. APPOLINÁRIO, Patricia Postilione. Avaliação do efeito do ácido docosahexaenoico e seus hidroperóxidos na oligomerização de SOD1 em um modelo da doença Esclerose Lateral Amiotrófica. 2013. 137 f. Tese (Doutorado em Ciências) – Instituto de Quiímica, Universidade de São Paulo. São Paulo, 2013. Disponível em: <https://teses.usp.br/teses/disponiveis/46/46131/tde-06082013-082744/publico/TeseCorrigidaPatriciaPostilioneAppolinario.pdf>. Acesso em 08 jul. 2021. 
  2. Carreiro, Denise. Abordagem nutricional na prevenção e tratamento do autismo, Denise Carreiro, São Paulo, 2018.
  3. SILVA, Ferreira Adriana da. Ômega 3: principais benefícios à saúde humana. 2015. 33 f. Monografia ( Graduação em Farmácia) – Faculdade de Educação e Meio Ambiente, Ariquemes, 2015. Disponível em: <http://repositorio.faema.edu.br/bitstream/123456789/398/1/SILVA%2c%20A.%20F.%20-%20%c3%94MEGA%203..%20PRINCIPAIS%20BENEF%c3%8dCIOS%20%c3%80%20SA%c3%9aDE%20HUMANA.pdf>. Acesso em 08 jul. 2021.
  4. BASILIO, Andressa. 5 benefícios do DHA para a saúde e inteligência do seu filho. Crescer, 2013. Disponível em: <https://revistacrescer.globo.com/Bebes/Saude/noticia/2013/11/5-beneficios-do-dha-para-saude-e-inteligencia-do-seu-filho.html>. Acesso em 08 jul. 2021.
  5. CORTES, Matheus Lopes et al. Uso de terapêutica com ácidos graxos ômega-3 em pacientes com dor crônica e sintomas ansiosos e depressivos. Rev. Dor, v. 14, n. 1, 2013. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/rdor/a/mdrG5xM86XJqwvLDXycC5Jn/?lang=pt>. Acesso em 08 jul. 2021.
  6. MEIRA, Paulo. Doença de Parkinson. Paulo Meira Endocrinologia e Metabologia, 2020. Disponível em: <http://www.paulomeira.com.br/2020/01/22/doenca-de-parkinson/>. Acesso em 15 jul. 2021.
  7. LIMA, Mario Ferreira et al. Ácido graxo ômega 3 docisahexaenóico (DHA: C22:6 n-3) e desenvolvimento neonatal: aspectos relacionados a sua essencialidade e suplementação. Nutrire: Rev. Soc. Bras. Alim. Nutr., v. 28, p. 65-77, 2004. Disponível em: <http://files.professorafernandatome.webnode.com/200000097-dbf33dcece/artigo_omega3_neonatal.pdf>. Acesso em 08 jul. 2021.

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