frutose

Alimentação rica em frutose faz mal?

A frutose, que está presente em várias frutas, também é adicionada a muitos alimentos processados que comemos diariamente. (1)

Embora ela seja um açúcar natural, há uma crescente preocupação sobre os efeitos do consumo excessivo de frutose na saúde. Será que estamos prejudicando nosso corpo sem perceber?

Neste texto, vamos descobrir a verdade sobre a frutose e seu impacto na nossa alimentação.

O que é a frutose?

A frutose é um açúcar presente naturalmente em frutas como maçã, laranja e melão, além de ser encontrada no mel e em certos vegetais. (1, 2)

É o carboidrato com a maior capacidade adoçante comparado à sacarose (açúcar de mesa), o que faz com que seja amplamente utilizado pela indústria alimentícia. (3)

Outras maneiras de obter a frutose são por meio do xarope de milho, comum na produção de alimentos industrializados, e da sacarose, composta de glicose e frutose. (1)

A frutose, devido ao seu sabor doce, pode mascarar sabores desagradáveis em alimentos, tornando-os mais atrativos e com maior valor energético. (3, 4)

Por essa razão, é usada na fabricação de frutas enlatadas, geleias, doces, bolos, pudins, bebidas em pó, refrigerantes e uma diversidade de outros produtos. (4)

Como a frutose é absorvida pelo nosso corpo?

Quando consumimos frutose, nosso corpo a absorve de duas maneiras diferentes. Uma delas é de forma fácil e independente de outros açúcares, enquanto a outra depende da presença de glicose e é mais eficiente. Se combinarmos a frutose com glicose ou a encontrarmos na forma de sacarose, ela é absorvida ainda mais rapidamente. (4)

Depois de ser absorvida, a frutose é levada para o fígado, onde passa por diversas transformações. Ela se converte em substâncias essenciais para o corpo, como glicose, glicogênio e lactato, que são fundamentais para fornecer energia. (4)

No entanto, parte da frutose também pode ser transformada em gordura no fígado. Esse processo requer energia. Quando essa energia é utilizada, são produzidas algumas substâncias que podem causar problemas, como o ácido úrico. (4)

Embora a maior parte desse processo ocorra no fígado, também pode acontecer no intestino e nos rins. A frutose entra nas células do corpo sem a necessidade de insulina, utilizando uma proteína chamada GLUT 2. (4) 

frutose

Da naturalidade à industrialização alimentar

A frutose faz parte da nossa alimentação há muito tempo. No entanto, seu uso na culinária está aumentando, especialmente devido à produção em massa de alimentos e bebidas. (5)

Esse aumento na produção de alimentos processados resultou em uma grande elevação na quantidade de frutose que consumimos, cerca de 500% a mais do que antigamente. (5)

Antes, as pessoas consumiam em média de 16 a 20 gramas de frutose por dia, principalmente através das frutas. Mas com a mudança nos nossos hábitos alimentares, esse número subiu para cerca de 85 a 100 gramas diárias. (5)

Consumir frutose natural em alimentos pode ser bom para obter energia, mas há estudos que indicam que as mudanças nos hábitos alimentares estão causando aumento nos níveis de gordura, triglicerídeos e açúcar no sangue, o que é preocupante para pessoas com risco de problemas cardíacos e metabólicos. (5)

Efeitos da frutose na saúde humana

1- Impactos positivos

A frutose, presente em alimentos naturais, representa uma fonte alternativa de energia. Ela pode ter um papel relevante na regulação dos níveis de açúcar no sangue, especialmente em pessoas com diabetes. (6)

Na prática clínica, a frutose é comumente incluída na dieta de pacientes diabéticos devido à sua absorção mais lenta e ao seu impacto moderado na glicemia. (6)

Além disso, há estudos em andamento explorando os potenciais benefícios terapêuticos de derivados da frutose em diversas condições de saúde, como problemas cardíacos e lesões pulmonares. (6)

2- Impactos negativos

Embora seja um componente presente em alimentos naturais e possa ser benéfico como fonte de energia quando consumido em quantidades moderadas, o excesso de frutose na dieta está associado a uma série de efeitos adversos à saúde. (2)

Estudos indicam que o consumo elevado de frutose, especialmente acima de 50g por dia, pode estar associado ao desenvolvimento de condições como síndrome metabólica, obesidade, desequilíbrios nos níveis de lipídios no sangue, pressão alta, resistência à insulina e até mesmo doenças cardiovasculares. (2)

Além disso, o aumento na utilização de xarope de milho com alto teor de frutose em alimentos industrializados tem sido correlacionado ao aumento de peso, diabetes e doenças hepáticas. (2)

Portanto, apesar de a frutose ser um açúcar natural, o seu consumo excessivo pode acarretar consequências negativas para a saúde. (2) 

De volta à questão: alimentação rica em frutose faz mal?

Com base nas informações apresentadas neste texto, podemos ver que a frutose, quando consumida em excesso na forma de alimentos industrializados e com açúcar adicionado, pode trazer alguns problemas de saúde, como doença hepática gordurosa, aumento da pressão arterial e resistência à insulina. (1)

No entanto, é importante ressaltar que a frutose naturalmente presente em frutas pode não ser prejudicial, especialmente quando consumida dentro das recomendações diárias, que incluem cerca de 400g de frutas e vegetais. (1)

Portanto, uma alimentação equilibrada, priorizando alimentos naturais e evitando os processados, pode ajudar a evitar os efeitos negativos da frutose em excesso.

Se precisar de mais orientações sobre sua alimentação, seria uma boa ideia conversar com um nutricionista, que é capaz de oferecer conselhos personalizados e confiáveis para suas necessidades específicas.

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Além disso, fique atento ao nosso blog! Aqui você encontrará muitas outras dicas e orientações para ajudar a manter um estilo de vida saudável e equilibrado. Quem ama se cuida!

FONTES
  1. LOPES, Aline Ladeira de Carvalho. A frutose presente na fruta é maléfica à saúde? CONSELHO NACIONAL DE NUTRICIONISTAS 3ª REGIÃO SP / MS. Disponível em: https://www.crn3.org.br/noticia/a-frutose-presente-na-fruta-e-malefica-a-saude. Acesso em 15 jun. 2024.
  2. GAINO, Natalia Moreno; SILVA, Marina Vieira da. Consumo de frutose e impacto na saúde humana. Segurança Alimentar e Nutricional, v. 18, n. 2, p. 88-98, Campinas, 2011. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/san/article/view/8634681/2600. Acesso em 15 jun. 2024.
  3. OLIVEIRA, Larissa da Silva. Consumo de açúcar e frequência de pré-diabetes, diabetes e síndrome metabólica na população brasileira. São Paulo. 67 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Nutrição) – Faculdade de Saúde Pública, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2020. Disponível em: https://repositorio.usp.br/directbitstream/dc18b398-e69b-46b2-9914-baf17ace94dc/Larissa%20da%20Silva%20de%20Oliveira.pdf. Acesso em 15 jun. 2024.
  4. SILVA, Douglas Borges et. al. Caracterização dos efeitos da frutose na dieta de pacientes diabéticos. Brazilian Journal of Surgery and Clinical Research, v. 20, n. 2, p. 140-145, 2017. Disponível em: https://www.mastereditora.com.br/periodico/20171001_162056.pdf. Acesso em 15 jun. 2024.
  5. DENTI, Irany Achiles; CICHOTA, Luiz Carlos; VEDOVATTO, Andressa. Evidências dos efeitos da ingestão de frutose na gestação de ratas wistar. Perspectiva, v. 43, n. 161, p. 29-40, Erechim, 2019. Disponível em: https://www.uricer.edu.br/site/pdfs/perspectiva/161_744.pdf. Acesso em 15 jun. 2024.
  6. BARREIROS, Rodrigo Crespo; BOSSOLAN, Grasiela; TRINDADE, Cleide Enoir Petean. Frutose em humanos: efeitos metabólicos, utilização clínica e erros inatos associados. Rev. Nutr., v. 18, n.3, 2005. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rn/a/k8gYd6VxPqr5Bm5JWKNYpdq/. Acesso em 15 jun. 2024.

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