Celulite: o que é, causas, tratamentos e dicas nutricionais

A celulite, uma preocupação estética que pode afetar o bem-estar de muitas pessoas, é um fenômeno comum, mas frequentemente mal compreendido.

Embora não seja exclusiva de um grupo específico, a celulite tende a afetar principalmente mulheres e sua presença pode ser influenciada por uma variedade de fatores, como genética, estilo de vida e hormônios. (1)

Neste texto, você vai descobrir o que é a celulite de verdade, como ela aparece, os tipos que existem, maneiras de diminuir seu aspecto e como a nutrição pode ajudar.

O que é celulite?

Há mais de 150 anos, surgiu na literatura médica francesa o termo “celulite”, embora seja crucial entender que não se referia a uma inflamação ou infecção celular. (2)

Esta condição é caracterizada pela aparência irregular e ondulada da pele, que se assemelha ao aspecto de casca de laranja ou ao queijo tipo cottage. Na ciência, também é conhecida como adiposidade edematosa, lipodistrofia ginoide e dermatopaniculose deformante. (2)

A celulite é mais comum em mulheres e, geralmente, se manifesta em áreas do corpo onde a gordura é influenciada pelo estrógeno, como quadris, coxas e nádegas. (2)

Além disso, o aparecimento da celulite pode acontecer em regiões como mamas, parte inferior do abdome, braços e nuca, notavelmente nas áreas onde ocorre o padrão típico de deposição de tecido adiposo feminino. (2) 

Quais as causas da celulite?

A origem da celulite ainda é desconhecida, porém, diversas causas parecem desempenhar um papel no seu desenvolvimento, englobando fatores estruturais, circulatórios e inflamatórios, além de alterações hormonais. (2)

Existem três principais teorias para explicar as causas da celulite:

  • Uma explicação para a celulite propõe que ela está relacionada a um inchaço no tecido conjuntivo, resultado do aumento de proteoglicanos na matriz extracelular. Essa matriz, composta por fibras (colágeno e elastina) e material sem uma forma definida, pode ter seu funcionamento modificado por fatores genéticos, idade e influências hormonais. (3)
  • Outra ideia é que a celulite pode estar relacionada a problemas na circulação de sangue, especialmente em pessoas com sobrepeso. O aumento de gordura no corpo e a pressão na pele poderiam causar essa circulação menor, gerando mudanças no corpo e a formação de pequenos nódulos. (3)
  • A última ideia destaca as particularidades do tecido subcutâneo feminino, como a direção do septo fibroso, uso de contraceptivos, disfunções hormonais e gravidez. Mudanças hormonais, principalmente durante a menopausa, são apontadas como fatores que podem predispor ao desenvolvimento da celulite devido à redução na produção de colágeno e elastina, elementos essenciais para a estrutura da pele. (3)

Quais são os tipos de celulite?

Os diferentes graus de celulite são definidos por uma escala que avalia suas principais características:

  • Grau 1: sem ondulações ou irregularidades visíveis a olho nu. O aspecto de pequenas ondulações e “furinhos” só é notado quando a pele é pressionada. (4)
  • Grau 2: ondulações e “furinhos” já são perceptíveis sem a necessidade de pressionar a pele. (4)
  • Grau 3: nódulos são claramente visíveis ao toque e à (4)
  • Grau 4: presença de vários nódulos, com uma textura de celulite mais densa. Pode haver inchaço, comprometimento da circulação sanguínea e a pele apresenta um aspecto acolchoado. (4)

Quais são os tratamentos para celulite?

Com diferentes tratamentos estéticos, é possível combater a celulite, embora seja crucial ter cuidados que vão além da preocupação estética. (5)

Os tratamentos para celulite podem ser categorizados em dois grupos, os invasivos e os não invasivos:

  • Terapias invasivas: são utilizadas substâncias biologicamente ativas injetadas, muitas vezes em combinação para obter melhores resultados no tratamento da celulite. A mesoterapia, carboxiterapia e microagulhamento são exemplos desse tipo de abordagem. (6) 
  • Terapias não invasivas: não envolvem a aplicação de substâncias por meio de injeções nos tecidos. Elas incluem técnicas que agem nas áreas afetadas por meio de mecanismos térmicos e não térmicos, gerando efeitos fisiológicos na região do corpo tratada. Exemplos de terapias não invasivas: massagem modeladora, drenagem linfática, ultrassom terapêutico, terapia com ondas de choque, radiofrequência e terapias combinadas. (6) 

A importância da nutrição para a celulite

Com avanços na dietoterapia, alimentos funcionais têm se destacado no tratamento da celulite, podendo melhorar a circulação e combater fatores predisponentes. (7)

Nutrientes essenciais podem ajudar na síntese de células saudáveis, enzimas e hormônios, contribuindo para a reparação dos tecidos. (7)

A abordagem nutricional, aliada à estética e a uma equipe multidisciplinar, é importante para o sucesso do tratamento, que requer constância e compromisso, proporcionando benefícios não apenas estéticos, mas também para a saúde como um todo.(7)

  • Alimentos e nutrientes para incluir: azeite, maçã, chás, abacaxi, aveia, brócolis, castanha, água de coco, banana, frutas vermelhas, clorofila, potássio, ferro, zinco, silício, ômega 3, e polifenóis. (7)
  • Alimentos para evitar: aqueles com alto teor de gordura, sódio ou açúcar, como os industrializados e enlatados. Prefira alimentos frescos e integrais, mantendo-se bem hidratado ao longo do dia. Opte por carnes brancas em vez de carne vermelha e evite doces com recheio, creme de leite, chantilly, chocolate e refrigerantes. (7)

11 hábitos saudáveis para prevenção e tratamento da celulite

  1. Consumir 2 litros de água diariamente, podendo optar por chás no inverno, importante para a desintoxicação hepática, drenagem linfática e prevenção da retenção de líquidos. (7)
  1. Realizar seis refeições ao dia em intervalos de três horas, incluindo desjejum, lanche, almoço, lanche, jantar e ceia, para aumentar o metabolismo e auxiliar na queima de gordura localizada. (7)
  1. Restringir alimentos ricos em sódio para evitar a retenção de líquidos e melhorar o quadro da celulite. (7)
  1. Reduzir o percentual de gordura por meio de atividade física orientada, o que pode beneficiar o sistema linfático e circulató(7)
  1. Incluir diariamente frutas e verduras na alimentação, proporcionando ao organismo vitaminas, minerais, fitoquímicos e fibras solúveis e insolúveis. (7)
  1. Utilizar óleos de semente de uva, macadâmia, linhaça e azeite extra-virgem como tempero para saladas. (7)
  1. Incorporar alimentos ricos em coenzima Q10, como espinafre, sardinha, brócolis, feijão azuki, abacate, semente de gergelim e oleaginosas, que podem ajudar a melhorar a atividade mitocondrial e a renovação celular. (7)
  1. Consumir antocianidinas presentes em frutas vermelhas, que podem melhorar a permeabilidade dos vasos sanguíneos e a circulaçã (7)
  1. Incluir cebola na dieta, rica em quercitina, um bioflavonoide que pode recuperar as vitaminas C e E, além de facilitar a drenagem linfá(7)
  1. Incorporar colágeno na alimentação, rico em lisina, prolina e glicina, aminoácidos importantes para o tratamento da celulite e a firmeza da pele. (7)
  1. Evitar a ingestão de bebidas gaseificadas, pois o gás transformado em ácido carbônico pode acidificar os tecidos. (7)

Concluímos que, ao integrar a abordagem nutricional com práticas estéticas e uma equipe multidisciplinar, é possível alcançar benefícios não apenas estéticos, mas também para a saúde em geral. Adotar hábitos saudáveis e escolhas alimentares conscientes são passos importantes para prevenir e tratar a celulite.

FONTES
  1. COSTA, Íris Valk. Celulite: fisiopatologia e cosméticos envolvidos. In: Congresso Nacional de Iniciação Científica, 20, 2020. Anais eletrônicos… SEMESP, 2020. Disponível em: https://www.conic-semesp.org.br/anais/files/2020/trabalho-1000005429.pdf. Acesso em 08 dez. 2023.
  2. AFONSO, João Paulo Junqueira M.; TUCUNDUVA, Thaís C. de Mello; PINHEIRO, Maria Valéria Bussamara; BAGATIN, Ediléia. Celulite: artigo de revisão. Surgical & Cosmetic Dermatology, v. 3, n. 3, p. 214-219, 2010. Disponível em: https://www.redalyc.org/pdf/2655/265519983011.pdf. Acesso em 08 dez. 2023.
  3. HERNANDES, Audrey Stefani Naufal; SANTOS, Gabriel Ferreira dos; VILA, Marta Maria D. Carvalho. Celulite: uma breve revisão. Brazilian Journal of Development, v. 8, n. 1, p. 4201-4212, 2022.
  4. BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. BIBLIOTECA VIRTUAL EM SAÚDE. Celulite. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/celulite/. Acesso em 08 dez. 2023.
  5. PIEREZAN, Jéssica. HANSEN, Dinara. Tratamentos utilizados no combate da celulite. In: Seminário Interinstitucional de Ensino, Pesquisa e Extensão, 20, 2014. Anais eletrônicos… UNICRUZ, 2014. Disponível em: https://www.unicruz.edu.br/seminario/anais/anais-2014/XIX%20SEMIN%C3%81RIO%20INTERINSTITUCIONAL%202014%20-%20ANAIS/GRADUACAO/Resumo%20Expandido%20Saude%20e%20Biologicas/TRATAMENTOS%20UTILIZADOS%20NO%20COMBATE%20DA%20CELULITE..pdf. Acesso em 08 dez. 2023.
  6. PINTO, Tatiele Berberino; SILVA, Danieli Andressa da; ROCHA SOBRINHO, Hermínio Maurício da. Tratamento estético do fibro edema gelóide: uma revisão da literatura. Rev Cient da Fac Educ e Meio Ambiente – FAEMA, v. 10, n. 2, p. 120-139, Ariquemes, 2019. Disponível em: https://repositorio.pucgoias.edu.br/jspui/bitstream/123456789/3014/1/Artigo%20FEG%20Tatiele%20e%20Daniele%202019.pdf. Acesso em 08 dez. 2023.
  7. NUNES, Carolina dos Santos. A ingestão de alimentos funcionais na prevenção e no tratamento da celulite. UNISEPE, 2018. Disponível em: https://portal.unisepe.com.br/unifia/wp-content/uploads/sites/10001/2018/06/34artigo_2015.pdf. Acesso em 08 dez. 2023.

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