Qual a relação entre alimentação e enxaqueca?

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enxaqueca

A enxaqueca é um tipo de cefaléia (dor de cabeça), caracterizada por dores intensas e recorrentes. Geralmente, a dor é sentida em um lado da cabeça, mas pode ocorrer em ambos os lados e pode ser acompanhada de sintomas como náuseas, vômitos, sensibilidade à luz, som e cheiros, além de visão embaçada e tonturas. (1)

Enxaqueca, uma dor que não passa despercebida

Uma crise de enxaqueca pode afetar os indivíduos em aspectos físicos, mentais e sociais. Começando pelo fato de que essas pessoas podem ter maiores chances de ocorrência de dores corporais e menor capacidade física, além de sentir limitações na saúde mental. O rendimento profissional também pode ser prejudicado pelos sintomas, assim como a vida social, familiar e escolar. (2)

Pesquisas demonstram que os acometidos pela enxaqueca crônica sofrem um alto risco de desenvolverem distúrbios de humor e ansiedade. É comum, ainda, casos associados com a fibromialgia, depressão, utilização de drogas ilícitas, tentativas de suicídio e síndrome de pânico. (2) Como você pode perceber, a enxaqueca é uma condição que deve ser tratada com seriedade e atenção.

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Os gatilhos alimentares que causam enxaqueca

Considerada uma doença neurológica, genética e crônica, a enxaqueca pode ser provocada por diversos fatores, como estresse, ficar muito tempo sem comer, dormir mal, ciclo hormonal, alterações no humor, falta de exercícios físicos, tensão, entre outros. (1)

No entanto, um dos principais gatilhos da enxaqueca está comumente associado a hábitos alimentares. (3) A seguir, listamos os principais alimentos que podem desencadear uma crise de enxaqueca:

  • Queijos e laticínios; (4)
  • Frutas cítricas (laranja, limão, abacaxi e pêssego); (4)
  • Banana (principalmente d’água); (4)
  • Ovo; (3)
  • Linguiças; (4)
  • Salsichas e alimentos de coloração avermelhada, em conserva; (4)
  • Frituras e gorduras; (4)
  • Chocolates; (4)
  • Café, chá e refrigerantes a base de cola; (4)
  • Vinhos (principalmente o tinto); (4)
  • Cervejas e chope; (4)
  • Trigo e glúten; (3)
  • Glutamato monossódico, Aspartame, Sucralose, Nitritos. (3)

Sendo assim, se a enxaqueca ocorrer em pelo menos 50% das vezes após o consumo do alimento dentro de um dia, ele é considerado um gatilho alimentar para aquele indivíduo. Portanto, para amenizar sintomas e reduzir a frequência de enxaqueca, uma das estratégias que podem ser utilizadas é a Dieta de Eliminação. Essa dieta exclui os estímulos alimentares que podem desencadear a dor. (3)

Por isso, é importante individualizar a abordagem. Além disso, ela deve ser acompanhada por um profissional da saúde. Isso é essencial devido ao risco de deficiências alimentares que podem ocorrer com a implementação desse tipo de dieta. (3)

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Orientações nutricionais para a enxaqueca

Assim como alguns alimentos podem estimular a enxaqueca, existem outros que podem ajudar a combater ou prevenir as crises, contribuindo para o bem estar das pessoas que sofrem com esse problema. Conheça alguns exemplos abaixo.

1 – Vitaminas do complexo B

As vitaminas do complexo B estão relacionadas ao tratamento da enxaqueca por participarem de processos bioquímicos mitocondriais, sendo isoladas ou associadas a nutrientes anti-inflamatórios. (2)

Dentre as vitaminas do complexo B, temos a tiamina (B1), riboflavina (B2), niacina (B3), piridoxina (B6), cobalamina (B12), ácido pantotênico (B5) e ácido fólico (B9). Alguns alimentos ricos nessas substâncias são cereais integrais, carnes, vegetais folhosos, leguminosas, peixes, feijões e castanhas. (2)

2 – Riboflavina (B2) e coenzima Q10

Levando em conta que a enxaqueca também pode ser causada pela redução da produção de energia dentro das mitocôndrias, a suplementação da riboflavina e de coenzima Q10 pode servir como preventivo dessa cefaléia, uma vez que eles aumentam a produção de energia mitocondrial. (2)

 3 – Magnésio

As evidências mostram que 50% dos pacientes com enxaqueca possuem níveis reduzidos de magnésio no organismo durante uma crise. Assim, esse mineral apresenta um efeito protetor, pois sua atividade neutraliza certos processos que estão envolvidos na fisiopatologia dessa disfunção. (2)

Além disso, da mesma forma que o triptofano, o magnésio possui ação sobre os receptores de serotonina (um neurotransmissor que regula o humor) e inibe a sintetização e liberação de óxido nítrico e mediadores inflamatórios. (2)

4 – Ômega 3

Por desempenhar uma ação importante no sistema nervoso, o ômega 3 pode ser considerável na prevenção da enxaqueca. Entretanto, há poucos estudos sobre o uso. Mas o que se sabe é que essa gordura boa estimula a produção dos receptores de serotonina, dopamina e noradrenalina, além de possuir ação antioxidante, protegendo o cérebro da ação de radicais livres. (2)

Deste modo, concluímos que os hábitos alimentares e a nutrição inadequados exercem grande impacto nas pessoas com enxaqueca, já que eles podem desencadear as crises desse problema. (5)

Por isso, uma alimentação saudável, sem alimentos industrializados e que prioriza alimentos naturais, ricos em fibras, vitaminas e minerais com potencial antioxidante e anti-inflamatório, é de fundamental importância para a melhora das crises de enxaqueca. (5)

É importante lembrar que a enxaqueca é uma condição médica complexa e que a alimentação pode ter um papel importante na prevenção e no tratamento, mas não é a única solução. Se você sofre de enxaqueca, é importante procurar um médico para avaliação e tratamento adequados.

Fontes:
  1. BRASIL. Ministério da Saúde. Biblioteca Virtual em Saúde. Enxaqueca. Disponível em: <https://bvsms.saude.gov.br/enxaqueca/>. Acesso em 23 mar. 2023.
  2. NEVES, Indyara A. Nunes. Relação entre hábitos alimentares e enxaqueca. 2013. 34 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Nutrição) – Faculdade de Ciências da Educação e Saúde, Centro Universitário de Brasília, Brasília, 2013. Disponível em: <https://repositorio.uniceub.br/jspui/bitstream/235/3928/3/20942872.pdf>. Acesso em 23 mar. 2023.
  3. EXISTE relação entre Alimentação, cefaleia e enxaqueca? Nutritotal Pro, 2022. Disponível em: <https://nutritotal.com.br/pro/alimentacao-cefaleia/>. Acesso em 23 mar. 2023.
  4. BRASIL. Ministério da Saúde. Biblioteca Virtual em Saúde. Dicas em Saúde. Cefaléia / Enxaqueca. Disponível em: <https://bvsms.saude.gov.br/bvs/dicas/56cefaleia.html>. Acesso em 23 mar. 2023.
  5. SILVA, Ellen Cristina. A importância da alimentação e nutrição para indivíduos com enxaqueca. 2022. 25 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bachalerado em Nutrição) – Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Santa Cruz, 2022. Disponível em: <https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/49532/1/AlimentaçãoNutriçaoEnxaqueca_Silva_2022>. Acesso em 23 mar. 2023.

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