O que pode ajudar na produção de colágeno?

Um bocado de gente não percebe que está envelhecendo até chegar o momento em que se depara com uma ruguinha ou flacidez na pele. O detalhe é que, para algumas pessoas, isso pode causar um incômodo na autoestima e, consequentemente, no bem-estar.

Por isso o colágeno se tornou tão conhecido. Ele é um desses aliados que atua diretamente na pele – o principal órgão que “entrega” a nossa idade -, cuja principal função no organismo é contribuir com a integridade estrutural dos tecidos em que está presente. ⁽¹⁾

Neste texto, nós vamos falar sobre o colágeno e suas propriedades. Além disso, você vai descobrir o que pode ser feito para estimular a produção de colágeno, de modo que contribua para a saúde da pele.

De onde vem o colágeno?

Para responder essa pergunta, primeiro devemos conhecer a estrutura do tecido que reveste todo o nosso corpo. Sendo assim, ao aproximarmos a lente microscópica, identificamos três camadas que formam a pele: a epiderme, a derme e a hipoderme, as quais desempenham funções específicas. ⁽²⁾

• A epiderme é a camada mais superficial da pele, ela funciona como uma barreira fisiológica de proteção contra o ambiente externo. ⁽²⁾
• A derme, que vem logo abaixo da epiderme, é bastante vascularizada, composta por tecido conjuntivo denso e fibroelástico que permite acomodar e nutrir a epiderme. Nela, encontram-se as raízes dos pelos, glândulas, arteríolas e células, na sua maioria fibroblastos, fibras de colágeno e elastina. ⁽²⁾
• A hipoderme é formada por tecido conjuntivo frouxo e, em sua maioria, por células de gordura que apresentam funções como depósito nutritivo de reserva, tem participação no processo de isolamento térmico e na proteção mecânica do organismo às pressões e traumas externos. ⁽²⁾

Como vimos, o colágeno vem da camada derme da estrutura da pele. A integridade estrutural da pele é constituída principalmente por colágeno, sendo que esta é a principal fibra presente no tecido conjuntivo e na matriz extracelular dérmica. ⁽²⁾

O processo de formação do colágeno ocorre principalmente durante o preparo da regeneração e do desenvolvimento do tecido embrionário. As moléculas de colágeno são secretadas pelos fibroblastos e, depois de diversos meios de codificação de genes, elas se tornam a proteína fibrosa que conhecemos hoje, encontrada em todo o reino animal. ^{(1, 2)}

Agora, você deve estar se perguntando: ok, mas o que o colágeno faz exatamente? Para descobrir, avance para o próximo tópico.

Função e benefícios do colágeno

 Existe uma variada gama de proteínas identificadas como colágeno, que compõem cerca de 30% da massa total de proteínas do corpo humano. Encontra-se presente nos ossos, tendões, cartilagens, veias, pele, dentes, bem como nos músculos e na camada córnea dos olhos. A sua função é a de proporcionar rigidez, flexibilidade, tração, estrutura, integridade, firmeza e elasticidade. ^(1,3)

O colágeno e seus derivados desempenham um papel fundamental na estrutura da pele, além de controlarem processos celulares, como a diferenciação, migração e produção de proteínas. Há evidências, ainda, de que o colágeno possui papel na regulação de genes que codificam componentes estruturais da epiderme e anexos a pele, como cabelos e unhas. Sem contar que ele também está envolvido no processo de cicatrização de lesões. ⁽³⁾

Confira, a seguir, os principais benefícios da suplementação de colágeno:⁽³⁾

• Melhora da elasticidade da pele;
• Redução de rugas e linhas de expressão na região dos olhos;
• Cicatrização de férias;
• Melhora da celulite;
• Melhora da hidratação cutânea;
• Melhora dos quadros de dermatite atópica e dermatites de contato alérgica;
• Melhora da fragilidade e aumento no crescimento das unhas.

Achou que acabou por aí? Vem, que vamos te contar a relação do colágeno com o processo de envelhecimento.

Colágeno e o envelhecimento

O envelhecimento leva a mudanças graduais nas funções e na estrutura tecidual. Essas transformações são diretamente influenciadas por fatores intrínsecos e extrínsecos, chamados de expossoma. Esses fatores podem ser internos (fisiologia, idade, genoma, morfologia natural) ou externos (dieta, estilo de vida, exposições ambientais, entre outros).⁽³⁾

Conforme envelhecemos, a quantidade de colágeno na derme diminui significativamente, o que resulta em uma redução da espessura da pele. A estrutura de colágeno torna-se cada vez mais desorganizada, com fibras mais curtas e menos densas. Em paralelo, a produção de novas fibras pelos fibroblastos fica mais lenta, de modo que não ocorre uma substituição adequada. ⁽³⁾

Dessa forma, as fibras de colágeno perdem a integridade, elasticidade e força, levando ao enrugamento da pele. ⁽³⁾ Mas, o que pode ser feito para retardar esse processo?

O que pode aumentar a produção de colágeno?

Nós vimos que fatores internos e externos podem influenciar na produção de colágeno no nosso organismo. Portanto, especificando ainda mais os fatores externos, é importante apontarmos para as causas de deficiência de colágeno relacionadas com exposições excessivas à ação dos raios ultravioletas, fumo e álcool. Todos eles contribuem para a formação de radicais livres, uma das principais causas do envelhecimento. ⁽⁴⁾

Sendo assim, os antioxidantes se tornam o nosso principal aliado, pois eles são os agentes responsáveis pela inibição e redução das lesões causadas por radicais livres nas células. Algumas vitaminas – que você já conhece, inclusive – atuam como antioxidantes e são bastante populares: as vitaminas A, C e E. ⁽⁴⁾ Vamos saber mais um pouquinho sobre a principal delas?

Colágeno e Vitamina C

A vitamina C, também conhecida como ácido ascórbico, é um dos maiores estimulantes do colágeno. Se trata de uma molécula orgânica indispensável para a hidroxilação do colágeno. A procura por ela só aumenta, principalmente pelas suas funções fisiológicas serem consideradas como auxiliares na manutenção de uma pele jovem, saudável e na melhoria das características gerais da pele. ⁽⁴⁾

O efeito da vitamina C na produção de colágeno ocorre por ela ser um cofator associado às enzimas responsáveis por estabilizar e fazer ponte entre as fibras de colágeno. Quando há deficiência de vitamina C, a biossíntese de colágeno é prejudicada. ⁽⁴⁾

É interessante incluir vitamina C na dieta, pois ela impede o acúmulo de substâncias tóxicas no corpo, como os radicais livres, que podem acelerar o envelhecimento precoce. Além disso, também está relacionada à produção de colágeno, que confere elasticidade à pele. ⁽⁴⁾

Agora, para concluir tudo o que você captou até o final deste texto, reafirmamos a importância do colágeno para a saúde da pele, uma vez que a falta dele se relaciona diretamente com o envelhecimento, seja ele natural ou precoce.

O colágeno é uma proteína produzida naturalmente pelo corpo humano. Mas, para que as células sejam estimuladas a produzirem o colágeno, é necessário que existam hábitos saudáveis na rotina, como uma alimentação rica em nutrientes e uso de protetor solar diariamente.

Considerando que a ação dos radicais livres é o principal fator do envelhecimento, vale ressaltar as propriedades antioxidantes da vitamina C como um agente que não só contribui para o combate a essas substâncias deletérias, mas também exerce um papel essencial na produção de colágeno no organismo.

Fontes:

1. SILVA, Tatiane Ferreira da; PENNA, Ana Lúcia Barretto. Colágeno: características químicas e propriedades funcionais. Rev Inst Adolfo Lutz, v. 71, n. 3, p. 530-539, 2012. Disponível em: <https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/122273/ISSN0073-9855-2012-71-03-530-539.pdf?sequence=1&isAllowed=y>. Acesso em 20 fev. 2023.
2. BOMBANA, Vanessa Barbieri; ZANARDO, Vivian P. Skzypek. Uso do colágeno hidrolisado na prevenção do envelhecimento cutâneo. Perspectiva, v. 43, n. 161, p. 101-110, Erechim, 2019. Disponível em: <https://www.uricer.edu.br/site/pdfs/perspectiva/161_750.pdf
3. PAPAIORDANOU, Francine et. al. Colágeno e pele: da estrutura às evidências de sua suplementação oral. Surgical & Cosmetic Dermatology, v. 14, 2021. Disponível em: < https://www.redalyc.org/journal/2655/265570220031/html/
4. https://periodicos.uniarp.edu.br/index.php/ries/article/view/161/171