Os benefícios da Coenzima Q10 para o cérebro

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Depois que a coenzima Q10 foi descoberta em 1957 pelo Dr. Crane e equipe, ela jamais retornou ao anonimato: a partir daí, os cientistas foram em busca de saber como essa molécula se comporta em diferentes alterações fisiológicas ou patológicas, a fim de desvendar o seu potencial terapêutico. (1)

Em meio às pesquisas que nunca cessam, descobriram-se as propriedades antioxidante e neuroprotetora da coenzima Q10, revelando a possibilidade de utilizá-la no tratamento e prevenção de doenças neurodegenerativas que, inclusive, podem afetar pessoas de todas as idades. (2,3)

Se você não perde nenhuma publicação do nosso blog, é provável que já conheça o envolvimento benéfico da Q10 com doenças cardíacas, mas agora, com essa nova informação, essa molécula ficou ainda mais interessante, não acha? Sendo assim, neste texto, você vai descobrir como o cérebro pode se beneficiar de uma relação proveitosa com a coenzima Q10. Acompanhe a leitura!

A coenzima Q10 é essencial para a vida

Também conhecida como ubiquinona, a coenzima Q10 é uma pequena molécula orgânica que é encontrada em todas as células do corpo humano. No entanto, as maiores concentrações são observadas nos tecidos do coração, fígado, cérebro e músculo esquelético. (3,4)

A coenzima Q10 é uma substância que apresenta um papel fundamental em diversos processos relacionados com o metabolismo energético, especialmente por estar localizada na parte interna das mitocôndrias. Por lá, ela realiza a interação com enzimas específicas e atua como uma coenzima essencial na cadeia respiratória mitocondrial. (3,4)

Quanto a sua sintetização, a Q10 pode ser produzida pelas células do corpo humano, mas também é possível obtê-la a partir da dieta. Carne vermelha, peixes e aves são as maiores fontes, enquanto ovos, cereais, produtos lácteos, nozes e vegetais encontram-se em pequenas quantidades. (4)

Embora seja essencial para o fornecimento de energia nas células do organismo como um todo, os níveis de coenzima Q10 diminuem com o avanço da idade, e este declínio pode contribuir para algumas manifestações do envelhecimento, como também para o desenvolvimento de diabetes, distúrbios neurodegenerativos, câncer, entre outros. (3,4,5)

A relação da coenzima Q10 com o cérebro 

A relação da coenzima Q10 com o cérebro se dá, principalmente, em experimentos com doenças neurodegenerativas. A administração de coenzima Q10 pode potencializar a formação e manutenção da energia mitocondrial, aumentando sua concentração nas células do cérebro e causando um efeito neuroprotetor, além de exercer função antioxidante, ou seja, que combate a ação dos radicais livres. (4)

As doenças neurodegenerativas, como a Doença de Alzheimer e de Parkinson possuem alguns aspectos semelhantes, como um quadro de neuroinflamação persistente e disfunção mitocondrial, resultando na acumulação de espécies reativas de oxigênio e estresse oxidativo. (3)

Neste contexto, a suplementação de coenzima Q10 têm sido uma estratégia promissora junto ao tratamento dessas doenças, justamente pela sua ação antioxidante com propriedades anti-inflamatórias e o de melhorar o funcionamento mitocondrial. (3) A seguir, vamos abordar cada uma dessas doenças que afetam o cérebro.

Coenzima Q10 e a doença de Parkinson

A doença de Parkinson é uma desordem do sistema nervoso central que provoca problemas a nível do movimento, como tremor, rigidez e instabilidade postural. Durante a progressão da doença, podem existir alterações emocionais e déficits cognitivos. Essa patologia pode atingir 1 em cada 1000 pessoas da população geral, sendo que os sintomas mais frequentes são em indivíduos com 60 anos de idade. (1)

Evidências sugerem que o comprometimento da função mitocondrial na doença de Parkinson advém da diminuição da atividade da cadeia transportadora de elétrons e dos níveis de coenzima Q10. Inclusive, alguns estudos indicam que essa doença pode ser prevenida com a suplementação da molécula Q10. (3)

Além disso, em alguns ensaios clínicos com doses administradas entre 300-2400 mg/dia de coenzima Q10 em pacientes com Parkinson, foram observadas melhorias leves dos sintomas e desempenho motor, como também melhorias significativas nas atividades da vida diária. (3)

Coenzima Q10 e a doença de Alzheimer 

A doença de Alzheimer se traduz na aglomeração de proteínas nocivas nos neurônios, aliada à diminuição da produção de neurotransmissores cerebrais. Ela se dá, inicialmente, em áreas cerebrais responsáveis pela memória, atingindo, posteriormente, a linguagem, o raciocínio e o comportamento social. (3)

Embora ainda não existam estudos suficientes para avaliar o efeito da suplementação com a coenzima Q10 sobre a função cognitiva de pessoas com Alzheimer, o que se sabe é que a administração da molécula pode levar a um atraso na progressão da doença através da prevenção da toxicidade celular e lesão oxidativa. (3)

Concluindo, a coenzima Q10 é essencial para a saúde e bom funcionamento de praticamente todos os tecidos e órgãos humanos, uma vez que a maioria das funções celulares dependem de um suprimento adequado de energia, principalmente as células cerebrais. (3)

Nós vimos que a Q10 pode ser produzida no nosso próprio organismo ou adquirida por meio da alimentação, porém, para alcançar a quantidade adequada de 500 mg/dia, pode ser necessária a suplementação. Para se ter uma ideia, os indivíduos que seguem um padrão alimentar mediterrâneo consomem cerca de 3-5 mg/dia. (3)

Portanto, lembre-se: a ingestão de qualquer nutriente na rotina precisa de acompanhamento médico profissional. Cuida da sua saúde com responsabilidade!

Fontes:
  1. OLIVEIRA, Catarina Isabel Alves. Aspectos Farmacológicos da Coenzima Q10. 2012. 85 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Mestrado em Ciências Farmacológicas) – Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade Fernando Pessoa, Porto, 2012. Disponível em: <https://bdigital.ufp.pt/bitstream/10284/3563/3/T_CatarinaOliveira.pdf>. Acesso em 16 fev. 2023.
  2. BARBOSA, Sylmara Clementino. Papel da Coenzima Q10 na prevenção e tratamento complementar na doença de Parkinson: uma revisão sistemática. In: Congresso Internacional de Envelhecimento Humano, 6, 2019, Campina Grande. Anais eletrônicos… Campina Grande: 2019. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/editora/anais/cieh/2019/TRABALHO_EV125_MD1_SA3_ID2985_10062019222459.pdf>. Acesso em 16 fev. 2023.
  3. PEREIRA, Bárbara Filipa Teixeira. Coenzima Q10 e Doenças Neurodegenerativas. 2022. 33 f. Revisão Temática – Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação, Universidade do Porto, Porto, 2022. Disponível em: <https://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/145753/2/593567.pdf>. Acesso em 16 fev. 2023.
  4. JACOBS, Mônica A. Piazza. Coenzima Q10: Aplicações clínicas. BWS Journal, 2020.
  5. ARAÚJO, Francisco E. Alves de et. al. Avaliação da administração de coenzima Q10 na atenuação de respostas oxidativas da agregação β-Amiloide em modelos de doença de Alzheimer: Uma revisão sistemática de literatura. Research Society and Development, v. 10, n. 2, 2021. Disponível em: <https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/12751/11419>. Acesso em 16 fev. 2023.

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