Relaxa aí: os perigos de uma rotina estressante

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estresse

No seu ciclo social, certamente existe aquela pessoa que diariamente reclama de sofrer episódios de estresse em alguma área da vida, principalmente no trabalho. Inclusive, essa pessoa pode ser você.

Nessa hora, alguns até levam para o lado cômico, já que sentir muito estresse é uma condição naturalizada na sociedade em que vivemos. Estamos tão acostumados a dizer que é algo que “acontece” e faz “parte da vida”, que ignoramos todos os sinais de alerta que o organismo pode emitir. Mas essa concepção é tão errada quanto perigosa.

Por isso, no texto de hoje, vamos falar sobre os perigos de uma rotina estressante e que “pegar leve” é necessário para que possamos ser mais saudáveis e felizes.

Por que estamos cada vez mais estressados?

Os avanços tecnológicos concebidos nas últimas décadas certamente melhoraram e transformaram todos os processos que vivemos hoje, desde os mais corriqueiros, até os mais complexos, como obter informações de alguém que mora muito longe de você. Basta uma mensagem por meio de alguma rede social, que o contato é feito em questão de milésimos de segundos, dispensando a necessidade do envio de cartas que podem levar dias para chegar.

O mesmo efeito acontece no ambiente de trabalho. Diversas funções, em todos os campos, passaram a dispensar o esforço e as habilidades físicas com o objetivo de agilizar e melhorar os resultados. Trabalhar com a mente se tornou a principal ferramenta para manter a roda girando, ou seja, cada vez mais, a natureza evolutiva exige menos do corpo e mais da mente. (1)

Sendo assim, a crescente importância da mente sobre a produtividade tem despertado interesse também sobre os malefícios desse fenômeno. E é aí que a gente começa a falar do estresse. (1)

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Por que sentimos estresse?

Mas, antes de acusar o estresse como o principal vilão da história, vamos entender a razão de ele existir. De antemão, já afirmamos: o estresse é fundamental para a nossa existência. (2)

O estresse é a resposta do organismo a situações prejudiciais, reais ou percebidas. Quando nos sentimos ameaçados, o corpo desencadeia uma reação química conhecida como “luta ou fuga”, liberando mais adrenalina e cortisol. Como efeito, percebemos que a frequência cardíaca aumenta, a respiração acelera, os músculos se contraem e a pressão arterial também aumenta. Caso precise fugir de alguma ameaça, o corpo está preparado. (3)

Esse “estado de alerta” certamente foi útil para os nossos ancestrais das cavernas, mas, como não precisamos fugir de animais de grande porte frequentemente, a vida moderna trouxe outras razões que podem provocar nervosismo: problemas financeiros, ficar horas em filas, congestionamentos no trânsito, medo de assaltos, inseguranças, uma jornada de trabalho exaustiva e por aí vai. Diante desses cenários, o estresse virou uma doença crônica. (2,3)

E sabe de mais uma coisa? A natureza de nossas interações sociais também não ajuda muito. De certa forma, o cérebro imita uma máquina de previsão que, ao se deparar com uma percepção de incerteza, imprevisibilidade ou falta de controle, entende que há uma falha na realidade confortável que foi projetada e acaba promovendo o estresse. (1)

Isso também se aplica quando identificamos uma incompatibilidade entre esforço-recompensa, pois a sensação de controle vai se esvaindo. É o que acontece, por exemplo, quando uma pessoa acha que que faz um ótimo trabalho e não recebe os benefícios por esse esforço, a tendência é que o estresse só aumente. Esse tipo de desequilíbrio é uma fonte de estresse crônico no local de trabalho. (1)

Os perigos do estresse

O Centro de Desenvolvimento da Criança da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, cita três tipos diferentes de resposta ao estresse: positiva, tolerável e tóxica. Tudo depende do efeito que essa reação tem sobre o corpo. (4)

Além disso, a evolução do estresse se dá em três fases: (5)

  • Fase de alerta: provoca a reação de “luta ou fuga”; (6)
  • Fase de resistência: o indivíduo tenta se adaptar à nova situação, apresentando um desgaste maior do organismo e se torna mais vulnerável à doenças; (6)
  • Fase de exaustão: em decorrência de falhas nos mecanismos de adaptação, o organismo pode desenvolver doenças graves ou, até mesmo, entrar em colapso. (6)

Quando a resposta estressante é prolongada, ocorre o tipo de estresse tóxico. Entenda o seguinte: ao ficarmos em alerta, o cérebro libera os hormônios que citamos no tópico acima. Depois de um certo tempo, é esperado que a resposta se atenue e o corpo volte ao estado natural. Mas, se a pessoa anda constantemente estressada, mesmo quando já não existe um perigo aparente, existe um problema pela frente que precisa ser solucionado. (4)

Aqui no blog, já falamos sobre os riscos do estresse para a saúde, mas é sempre bom reforçar. Por isso, fique atento aos perigos do estresse. Listamos os 5 principais:

1 – Desgaste físico e mental

O nosso corpo não está preparado para lidar com o estresse crônico a longo prazo, o que pode causar irritação, cansaço e diversos problemas para a saúde. A Física, inclusive, define o conceito de estresse como uma força ou um conjunto de forças que, aplicadas a um corpo, tendem a desgastá-lo ou deformá-lo. (3,6)

2 – Afeta diretamente a aparência

Com o desgaste, o estresse crônico pode contribuir para o envelhecimento precoce do organismo como um todo; provocar quedas de cabelo e até desacelerar o crescimento dos fios; desenvolver problemas de pele, como acnes, dermatite atópica, etc; acelerar o aparecimento de cabelos brancos, causando a perda precoce dos cabelos de forma permanente; causar unhas fracas e manchadas e lábios rachados. (3)

3 – Influencia a compulsão alimentar

Um estudo publicado no periódico Clinical Nutrition investigou a prevalência do desejo de consumo de alimentos ricos em gorduras e açúcares associado ao estresse e qualidade do sono entre 644 estudantes universitários, de 18 a 28 anos. Nele, foi constatado que 10,1% dos estudantes mantiveram seus hábitos de compulsão alimentar. (7)

Além disso, pessoas estressadas têm uma maior tendência a desenvolverem síndrome metabólica, aumentando o risco de obesidade central. (3)

4 – Agravar ou causar a hipertensão

Quando estamos em um estado de alerta, mais sangue é entregue aos músculos para permitir uma resposta rápida à ameaça. O problema é que a tensão virou rotina na vida dos brasileiros, uma vez que 59% dos trabalhadores do nosso país se dizem estressados. (8)

Então, acaba sobrando para as artérias e o peito do indivíduo, que continuamente permanecem com a pressão num patamar mais elevado, aumentando os riscos de infarto, AVC e outras doenças cardiovasculares. (8)

5 – Estresse ocupacional

É no trabalho que passamos a maior parte do nosso dia. Nele, nos desenvolvemos como profissionais e nos conectamos com os colegas de profissão, mas também pode ser o palco para o estresse ocupacional, sendo uma grande fonte de adoecimento. (9)

O estresse ocupacional ocorre quando as exigências do trabalho ultrapassam a habilidade do trabalhador para enfrentá-las, acarretando um desgaste excessivo para o organismo, interferindo também na sua produtividade. (9)

Um dos fenômenos relacionados a esse problema é a Síndrome de Burnout, classificada como uma exaustão emocional, despersonalização e ineficácia. (6)

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Como aliviar o estresse?

Por meio de atitudes simples, você pode conseguir liberar a tensão por aí e ficar longe do esgotamento físico e emocional:

  • Ir em busca de atividades relaxantes, como yoga, meditação, terapia de massagem, escutar músicas, assistir o seu filme favorito, ler um livro; (10)
  • Manter a qualidade do sono para encarar melhor seus problemas e diminuir o risco de doenças; (10)
  • Se alimentar corretamente, praticar esportes, conversar e rir com os amigos; (10
  • Planejar e organizar suas prioridades e o ambiente em que vive. (10)

Se quiser saber mais orientações para diminuir o estresse, confira essas 5 dicas que já trouxemos aqui no blog.

Como vimos, o estresse prolongado é uma condição séria que precisa receber a sua devida atenção, que afeta não só a vida profissional, mas também a relação com outras pessoas em diferentes áreas da vida. É preciso que, cada vez mais, as pessoas compreendam melhor a importância de cuidar da saúde mental para viverem uma vida plena, fazendo coisas que verdadeiramente importam. Quem ama se cuida!

Fontes:
  1. STORONI, Mithu. Como a vida moderna aumentou o estresse e como podemos evitá-lo. BBC News Brasil, 2019. Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/revista-49339501>. Acesso em 11 ago. 2022.
  2. BIERNATH, André. Como o estresse afeta a imunidade. Veja Saúde, 2016. Disponível em: <https://saude.abril.com.br/bem-estar/como-o-estresse-afeta-a-imunidade/>. Acesso em 11 ago. 2022.
  3. VIDALE, Giulia. Os efeitos visíveis do stress. Veja, 2020. Disponível em: <https://veja.abril.com.br/saude/os-efeitos-visiveis-do-stress/>. Acesso em 11 ago. 2022.
  4. O que é o estresse tóxico – e como ele pode afetar a saúde e o desenvolvimento das crianças. BBC News Brasil, 2018. Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/geral-42625980>. Acesso em 11 ago. 2022.
  5. BRASIL. Ministério da Saúde. Biblioteca Virtual em Saúde. Estresse. 2012. Disponível em: <https://bvsms.saude.gov.br/estresse/>. Acesso em 11 ago. 2022.
  6. PRADO, Claudia Eliza Papa do. Estresse ocupacional: causas e consequências. Rev Bras Med Trab, v.14, n. 3, p. 285-289, 2016. Disponível em: <https://www.rbmt.org.br/details/122/pt-BR>. Acesso em 11 ago. 2022.
  7. MUITO estresse e pouco sono aumentam a chance de compulsão alimentar. Nutritotal, 2019. Disponível em: <https://nutritotal.com.br/publico-geral/muito-estresse-e-pouco-sono-aumentam-a-chance-de-compulsao-alimentar/>. Acesso em 11 ago. 2022.
  8. BIERNATH, André. Estresse pode agravar ou até causar hipertensão: o que fazer. Veja Saúde, 2018. Disponível em: <https://saude.abril.com.br/mente-saudavel/estresse-pode-agravar-ou-ate-causar-hipertensao-o-que-fazer/>. Acesso em 11 ago. 2022.
  9. SADIR, Maria Angélica; BIGNOTTO, Márcia Maria; LIPP, Marilda Emmanuel Novaes. Stress e qualidade de vida: influência de algumas variáveis pessoais. Paidéia (Ribeirão Preto), v. 20, n. 45, 2010. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/paideia/a/ctxdtbWNVN6FFJCFfvtGKXJ/?lang=pt>. Acesso em 11 ago. 2022.
  10. GOVERNO DO ESTADO DE GOIÁS. Secretaria da Saúde. Estresse. 2019. Disponível em: <https://www.saude.go.gov.br/biblioteca/7598-estresse

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